Em audiência pública realizada na Comissão de Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos deputados, o presidente da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), Sérgio Rodrigues Alves, disse que o setor de produção de leite brasileiro passa por um dos piores momentos em sua história. Segundo Alves, a produção “já está morrendo”. “Em Santa Catarina, na década de 1990, eram 75 mil produtores de leite. Hoje, estamos reduzidos a 24 mil”, comparou.
A Facisc representa 40 mil associados, de diferentes segmentos, no estado sulista. Segundo o presidente da entidade, são muitas as reclamações dos empresários locais em relação à falta de incentivos para a produção de leite. Para ele, a falta de internet no campo, a dificuldade na obtenção de linhas de crédito e o preço de insumos utilizados para a alimentação de vacas, como o milho, são empecilhos que inviabilizam a produção.
“Como o governo consegue exigir nota eletrônica se não tem internet?”, criticou. Alves propõe a criação de um programa que possa dar sobrevida ao produtor. Segundo ele, é necessário um esforço do governo em criar incentivos para financiamentos para a compra de novos equipamentos que possibilitem a modernização do setor, aumentando sua competitividade com produtos internacionais. Além disso, ele sugere a isenção de impostos para produtores. “Nós tínhamos que, no mínimo, passar dois anos sem ter tributação”, defendeu.
Outro caminho sugerido por Alves é a valorização da produção nacional. De acordo com o presidente da entidade representativa de Santa Catarina, Santa Catarina, por exemplo, seria capaz de ser autossustentável na produção de leite. “Hoje, para quê importar leite se temos condições de sermos autossuficientes? O setor de laticínio no meu estado tem capacidade para produzir mais de 16 milhões de litros por dia”, afirmou.