A primeira reunião do Conselho Empresarial da Amazônia Legal da CACB foi realizada na última segunda-feira (13/11) na sede da CACB, em Brasília, com a participação de dirigentes de diversos estados. Entre eles: Amazonas, Mato Grosso, Maranhão, Pará, Paraíba e Rondônia.
O coordenador do Conselho é o diretor-secretário da CACB, Marco Kobayashi, que preside a Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Rondônia (Facer). Em sua fala, ele lembrou da criação do conselho, solicitada na primeira reunião administrativa da CACB deste ano e autorizada na segunda reunião.
“Temos a grande satisfação de fazer parte dessa instância que irá propor ações conjuntas e relevantes, considerando as particularidades dessa região. Agora temos a missão de criar nosso regimento interno e definir bandeiras e prioridades”, assinalou Kobayashi.
O presidente da Associação Comercial do Amazonas (ACA), Jorge Lima, defendeu que as ações para a Amazônia Legal sejam revistas e atualizadas. “A Zona Franca de Manaus trouxe imenso ganho para a região, mas a realidade mudou. Temos outras necessidades estratégicas, logísticas e de infraestrutura para alavancar o desenvolvimento”, apontou.
Para o presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Pará (Faciapa), Alberto Batista, “não se pode pensar na Amazônia Legal como um problema, e sim como uma solução para o país”. Ele aponta a necessidade de se discutir políticas de investimento e infraestrutura na região. “Precisamos de uma pauta com assuntos em comum para destravar a economia da Amazônia”, sugeriu.
Agenda com Geraldo Alckmin
Antes da reunião, o grupo esteve em um almoço com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, promovido pela CACB. Na ocasião, Kobayashi entregou ao também ministro produtos da empresa de cosméticos BEMGLORIA, representando milhares de empreendimentos sustentáveis bem sucedidos da Amazônia. “A empresa é um exemplo de sucesso na contribuição para o desenvolvimento da indústria e do comércio na região amazônica”, disse Kobayashi.
Logística e regularização fundiária
Um dos problemas apontados pelo grupo é ausência de regularização fundiária que impede os empreendedores de conseguirem crédito em bancos e até de realizar pequenas operações. O presidente da Federação das Associações Empresariais do Maranhão (Faem), Hélio Rodrigues Araújo, enfatizou que os assuntos da Amazônia Legal vão muito além das questões florestais.
“As questões fundiária e ambiental estão ligadas entre si, mas precisamos pensar em políticas públicas que contemplem as necessidades das populações que vivem nessa região e precisam de uma infraestrutura básica, além de estradas para escoar a produção”, pontuou.
O presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Mato Grosso, Jonas Souza, também defendeu a necessidade de resolver questões logísticas para que a produção da região se torne mais competitiva. “Podemos encontrar soluções em conjunto para todos”, disse.
A Amazônia Legal engloba nove estados brasileiros, entre eles Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão. Apesar de não fazer parte da região, a presidente da Associação Comercial da Paraíba (ACPB), Melca Farias, que é da área de comércio exterior, destacou interesse em contribuir para as ações do grupo.
“O Brasil precisa urgentemente fazer a integração dos modais. Temos uma grande extensão territorial e a malha rodoviária não é suficiente para escoar a produção. Podemos apoiar e ajudar a resolver questões conjuntas por meio dessa comissão. A CACB tem força política para dar acesso aos membros para dialogar nas esferas que precisamos”, observou Melca.
História
O conceito de Amazônia Legal foi instituído em 1953 e seus limites territoriais decorrem da necessidade de planejar o desenvolvimento econômico da região. Por isso, não se resumem ao ecossistema de selva úmida, que ocupa 49% do território nacional e se estende também pelo território de oito países vizinhos.
Os limites da Amazônia Legal foram alterados várias vezes em consequência de mudanças na divisão política do país. A Amazônia Legal é uma área que corresponde a 59% do território brasileiro. Nela residem 56% da população indígena brasileira. (Fonte: IPEA)