A Associação Comercial do Pará (ACP) tem realizado uma série de lives para debater os desafios para a retomada do crescimento econômico após a crise causada pela pandemia da Covid-19. Nesta quinta-feira (22), o convidado foi o presidente da CACB, George Pinheiro, que destacou as ações que a Confederação vem realizando há mais de um ano, junto com o governo, para tentar amenizar os impactos da crise para o empresariado brasileiro.
Pinheiro lembrou que ainda na semana passada esteve reunido com o presidente da República, Jair Bolsonaro, junto de outros representantes do setor produtivo, o presidente do Sebrae, Carlos Melles, e o presidente da Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa, senador Jorginho Mello (PL/SC), para cobrar mais agilidade do Executivo na execução de medidas como o Pronampe e o BEm, que permite a redução de jornadas e salários. “O governo sancionou na quarta-feira o PLN 02/2021, que viabiliza esses programas. Então, esperamos que até o fim do mês esses dois projetos sejam retomados”, afirmou.
Para ele, é preciso que o Pronampe disponibilize pelo menos R$ 30 bilhões, o que ainda será muito pouco, além de viabilizar o BEm para sustentar as empresas que estão trabalhando no limite e evitar que o nível de desemprego no país suba mais do que já está subindo.
O presidente da CACB sugeriu o uso de recursos de bancos ou órgãos de desenvolvimento regional para socorro às micro e pequenas empresas, o que ajudaria a equalizar as diferenças entre os diversos “brasis” que existem dentro do país.
Outra preocupação de Pinheiro é quanto à compra de pequenas e médias empresas por organizações de grande porte, prática que começa a ser vista Brasil afora. “Não podemos transformar o comércio brasileiro na estrutura bancária que temos, em que cinco ou seis grandes grupos têm o controle de tudo. Isso é um perigo para o país e nós não queremos que aconteça”, declarou.
O presidente da ACP, Clóvis Carneiro, fez uma comparação entre as expectativas do mercado financeiro para o crescimento do PIB, dos juros e da inflação entre dezembro e abril deste ano, um aumento significativo para o momento que estamos vivendo. Para ele, razões como a proliferação do vírus e a demora dos governantes para reagirem à crise são as causas dessa mudança. Carneiro cintou ainda as restrições orçamentárias que o governo tem para fazer investimentos como um importante problemas para a retomada.
“O Brasil precisa melhorar sua infraestrutura. O problema é que temos 50 anos de estradas ruins, falta de ferrovias e portos, o que pode ser uma grande oportunidade para os investimentos que vão nos tirar da crise”, disse.
Ele falou, ainda, da importância da manutenção do Pronampe, do BEm e do auxílio emergencial à população carente até o fim da vacinação de todos os brasileiros para não matar a economia de vez. “As empresas estão morrendo, a população começa a passar fome e se o governo não tiver a ousadia a grandeza de perceber a gravidade do momento, teremos um ano terrível”, apontou.
A conversa foi mediada por Elizabete Grunvald, vice-presidente da ACP, e contou com a participação do presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Pará (Faciapa), Alberto Oliveira. Clique aqui para assitir.