Sete grandes Associações varejistas acabam de entrar com uma denúncia coletiva no CADE contra a Cielo, questionando a política de exclusividade nas bandeiras de cartões controladas por Banco do Brasil e Bradesco e outras práticas consideradas anticoncorrenciais, como a venda de produtos casados associados às maquininhas.
É a primeira vez que uma grande coalizão de lojistas — o cliente final do chamado ‘mercado de adquirência’ — compra briga diretamente com a Cielo, a líder de mercado com 50% de participação. O CADE abriu procedimento preparatório para averiguar se as queixas procedem.
Num documento de 33 páginas, os varejistas afirmam que a Cielo e as bandeiras Elo, Alelo e Amex estão ganhando “reforço cada vez mais claro de seus controladores”, constituindo um “grupo econômico em bloco” e deixando os consumidores reféns de um arranjo de produtos.
“Os bancos pertencentes a esse grupo estão claramente utilizando-se de toda a dominância natural de mercado para interferir em outros mercados (o mercado de suas subsidiárias ou contratadas exclusivas), ocasionando desvios e danos à competição e principalmente ao mercado que demanda e precisa desses serviços”, argumentam.
A denúncia — que vem num momento em que a recessão brutal massacra as margens do varejo — é assinada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad), Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Associação Nacional de Comerciantes de Materiais de Construção (Anamaco), Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
Natalia Viri
BRAZIL JOURNAL
Imprensa CACB