No Fórum de Gestão Pública Faciap – Ajustes ou Calamidades, realizado nesta segunda-feira (31), os governadores da região Sul afirmaram que a folha de pagamento tem comprometido investimentos e que as reformas são necessárias para que o país avance. O evento foi organizado pela Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap).
O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, abriu as discussões. Ele falou da necessidade de se tomar medidas duras neste momento de crise e de se realizar reformas para retomar o crescimento econômico. “O Estado deve ter capacidade de ofertar um bom serviço público à sociedade, mas para isso é preciso crescimento econômico. Sem ele, não conseguiremos atender bem as pessoas”, disse Sartori.
O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, contou que a redução da folha de pagamento foi uma das medidas tomadas por ele para manter as contas equilibradas. Foram feitas reuniões com todas as secretarias para analisar os gastos e, depois de muitas negociações, o gasto com a folha em Santa Catarina caiu. “Conseguimos um bom resultado. O problema é que quando você precisa fazer mudanças, precisamos convencer muito gente. Qual deputado vota a favor de medidas impopulares? E os funcionários públicos e o poder judiciário?”, disse ele.
O governador do Paraná, Beto Richa, lembrou que o estado já está no limite prudencial no gasto com servidores. Segundo ele, foram concedidos aumentos ao funcionalismo paranaense superiores aos dados no restante do Brasil. “Todos os nossos recursos estão cada vez mais comprometidos com folha de pagamento e custeio. Falta dinheiro para investir em infraestrutura, em programas sociais, no setor produtivo, que gera riqueza para o estado”, disse Beto Richa.
O paranaense também defendeu as reformas política, previdenciária e tributária. “Fizemos aqui no Paraná e a economia anual foi de R$ 1,5 bilhão. O que está matando o Brasil é falta de coragem para se fazer o que todos sabem que precisa ser feito, mas ninguém faz”.
Durante o fórum, o presidente do Observatório Social, Ney Ribas, fez duas proposições a Beto Richa. Pediu que o governo implante o Conselho Estadual de Transparência e Controle Social e que apoie a criação de uma lei de responsabilidade estadual, para definir limites de gastos. “Medidas para integração da sociedade no que diz respeito à geração de riqueza e à correta aplicação dos recursos públicos”, disse Ney Ribas. O governador autorizou a inclusão de reuniões na agenda oficial para falar dos temas.
De acordo com o vice-presidente da Faciap, Eduardo Araújo, haverá outras edições do Fórum de Gestão Pública para que o debate continue. Ele acredita que o evento foi o início de uma longa caminhada, já que será preciso que as entidades gastem muito tempo e energia para mapear a máquina pública, que é tão complexa. “Nas futuras edições, vamos abordar aspectos mais técnicos nas presenças dos secretários de estado”, disse Araújo.
O presidente da Faciap, Guido Bresolin Junior, falou do papel dos governantes e do comprometimento que as políticas devem ter com a sociedade. “O interesse público é órfão. Por isso precisamos contar a liderança dos governadores. O interessa da sociedade tem que vir a frente de interesses individuais”, reiterou Guido Bresolin Junior.
O Fórum de Gestão Pública Faciap aconteceu no auditório da Ocepar, no Centro Cívico, em Curitiba.
Imprensa Faciap