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AVANÇO

Produção industrial cresce 0,6% no primeiro trimestre do ano

É o primeiro resultado positivo para o período desde 2014. Em março, setor caiu 1,8%

3 de maio de 2017 às 09:58

Foto: Paulo Fridman/Bloomberg

A produção industrial cresceu 0,6% no primeiro trimestre do ano, em relação ao mesmo período do ano passado — o primeiro resultado positivo desde 2014. O número interrompe 11 trimestres seguidos de queda. No mês de março, em relação ao mês anterior, o resultado foi negativo (-1,8%, o pior resultado para o mês desde o início da série histórica em 2002), mas expandiu em relação ao mesmo mês do ano passado (1,1%).

Em 12 meses, a indústria ainda acumula queda, de 3,8%. Apesar do resultado negativo, prosseguiu com a redução no ritmo de queda iniciada em junho de 2016, quando a queda acumulada estava em 9,7%. A indústria brasileira opera hoje no mesmo patamar de dezembro de 2008. Os dados foram divulgados pelo IBGE na manhã desta quarta-feira.

Economistas consultados pela Bloomberg previam recuo de 0,9% da produção industrial na passagem do mês e de alta de 2% em relação a março do ano passado. No ano passado, a produção industrial havia subido 1,4% em março ante fevereiro, e no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período de 2015, a produção havia caído 11,4%.

O resultado positivo no primeiro trimestre é consequência do desempenho positivo de duas das quatro grandes categorias econômicas, 15 dos 26 ramos, 47 dos 79 grupos e em 53% dos 805 produtos pesquisados.

André Macedo, gerente de Índustria do IBGE, pondera, no entanto, que apesar do resultado ligeiramente positivo do primeiro trimestre do ano, a indústria ainda opera em patamar muito inferior aos seus picos. O que se nota é um freio na piora dos resultados ruins que se viram nos últimos dois anos.

— O resultado do primeiro trimestre do ano foi beneficiado por dois efeitos: calendário, pois este começo de ano tem dois dias úteis a mais do que 2016, e efeito base, já que no primeiro trimestre de 2016 o resultado do primeiro trimestre ficou 11,5% negativo, então se deu sobre esta base depreciada — explica Macedo. — Em termos de patamar de produção, o setor ainda está distante dos dois pontos mais altos da série histórica. Está 20,8% abaixo de seu pico de produção, registrado em junho de 2013. Estamos apresentando um resultado ligeiramente positivo, estamos operando acima do nível de produção de 2016, mas está muito longe de representar recuperação.

Entre as atividades, indústrias extrativas (8,2%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (11,5%) exerceram as maiores influências positivas na formação da média da indústria nesse período. Outras contribuições positivas relevantes sobre o total nacional vieram de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (18,3%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (8%), de metalurgia (1,9%), de produtos de borracha e de material plástico (2,7%), de produtos têxteis (6,2%) e de máquinas e equipamentos (2%).

Por outro lado, entre as 11 atividades que tiveram recuo na na produção, a principal influência no total da indústria foi registrada por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-9,6%). Produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-15,4%), de produtos alimentícios (-2,1%), de outros equipamentos de transporte (-9,4%), de impressão e reprodução de gravações (-13,7%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-4,4%) e de produtos de minerais não-metálicos (-2,2%) também ficaram negativos.

Entre as grandes categorias econômicas, bens de consumo duráveis (10,5%) e bens de capital (4,4%), impulsionadas, em grande parte, pela ampliação na fabricação de automóveis (17,1%) e eletrodomésticos (16,6%), na primeira; e de bens de capital agrícola (29,8%) e para construção (26,4%), na segunda, ficaram no campo positivo. Vale destacar, nos dois grandes grupamentos, a influência da baixa base de comparação, uma vez que no primeiro trimestre de 2016 esses segmentos apontaram recuos de 27,3% e de 27,7%, respectivamente. Por outro lado, os setores produtores de bens de consumo semi e não-duráveis (-0,6%) e de bens intermediários (-0,4%) assinalaram taxas negativas no índice acumulado do primeiro trimestre de 2017.

Na comparação com março de 2016, a alta de 1,1% reflete resultados positivos em três das quatro grandes categorias econômicas, 16 dos 26 ramos, 48 dos 79 grupos e 53,8% dos 805 produtos pesquisados. Bens de consumo duráveis (8,5%) e bens de capital (4,5%) assinalaram, em março de 2017, os avanços mais acentuados entre as grandes categorias econômicas. O segmento de bens intermediários (0,5%) também mostrou resultado positivo nesse mês, mas com intensidade menor do que a média nacional (1,1%). Por outro lado, o setor produtor de bens de consumo semi e não-duráveis, com redução de 0,5%, apontou a única taxa negativa.

Março: grandes categorias têm queda

O recuo de 1,8% da atividade industrial na passagem de fevereiro para março de 2017 teve predomínio de resultados negativos, alcançando todas as quatro grandes categorias econômicas e 15 dos 24 ramos pesquisados. Entre os setores, as principais influências negativas foram registradas por veículos automotores, reboques e carrocerias (-7,5%), produtos farmoquímicos e armacêuticos (-23,8%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,3%).

— Na passagem do mês, o resultado negativo foi bastante influenciado pelo recuo na produção de automóveis, que oscila muito durante o ano — aponta o gerente do IBGE.

Outras contribuições negativas importantes sobre o total da indústria vieram de indústrias extrativas (-1,1%), de máquinas e equipamentos (-4,9%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-6,4%), de móveis (-11,0%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-4,7%) e de produtos de metal (-3,2%). Por outro lado, entre os nove ramos que ampliaram a produção nesse mês, o desempenho de maior importância para a média global foi assinalado por produtos alimentícios (1,3%), que eliminou parte do recuo de 2,4% verificado em fevereiro de 2017.

Entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de consumo duráveis, ao recuar 8,5%, mostrou a queda mais acentuada em março de 2017 e eliminou o avanço de 8% registrado em fevereiro. Esse foi o recuo mais intenso desde junho de 2015 (-13,2%).

Os setores produtores de bens intermediários (-2,5%), de bens de capital (-2,5%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (-1,8%) também apontaram taxas negativas nesse mês, com o primeiro interrompendo quatro meses consecutivos de expansão na produção, período em que acumulou ganho de 3,4%; o segundo voltando a recuar após avançar 5,9% em fevereiro; e o último assinalando o segundo mês seguido de redução na produção e acumulando nesse período perda de 3,2%.

A indústria registrou em 2016 o terceiro ano seguido de retração, com a produção encolhendo 6,6% no período. Mas, para 2017, as previsões são de que o setor encerre o ano no campo positivo.

Fonte: O Globo

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