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Presidente de Portugal insta Brasil a assumir a liderança de uma CPLP “mais econômica”

5 de agosto de 2016 às 17:11

 

Marcelo Rebelo de Sousa defende uma Comunidade de Países de Língua Portuguesa "mais económica" e desafiou o Brasil a assumir a liderança, dizendo que se trata de um "instrumento diplomático poderoso" - Foto: MÁRIO CRUZ/LUSA

Marcelo Rebelo de Sousa defende uma Comunidade de Países de Língua Portuguesa “mais económica” e desafiou o Brasil a assumir a liderança, dizendo que se trata de um “instrumento diplomático poderoso” – Foto: MÁRIO CRUZ/LUSA

O Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu esta sexta-feira (05) uma Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) “mais económica” e instou o Brasil a assumir a liderança, sublinhando que se trata de um “instrumento diplomático poderosíssimo”. Em julho, a CACB se tornou integrante Confederação Empresarial da CPLP.

“Todos nós esperamos, portugueses, e outros países irmãos da CPLP, que o Brasil assuma a liderança. Uma potência mundial tem de tirar proveito de todos os instrumentos diplomáticos que tem e a CPLP é um instrumento poderosíssimo que o Brasil deve utilizar”, afirmou aos jornalistas o Chefe de Estado português, no terceiro dia de uma visita de seis dias ao Brasil.

Antes de almoçar com cerca de 30 empresários luso-brasileiros, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou os sinais de crescimento que vê surgir na economia brasileira enquanto uma oportunidade para empresas portuguesas.

Questionado sobre a expectativa que tem para a cimeira da CPLP, que o Brasil organizará em novembro, em local e data ainda a definir, o Presidente respondeu: “Tenho uma expectativa muito lata, mas depende do Brasil. Está nas mãos do Brasil”.

“Há países de todos os continentes a querer entrar na CPLP como observadores – o Japão, a República Checa, a Hungria, países africanos, países asiáticos. Não faz sentido não aproveitar para redefinir a estratégia da CPLP. Tem de ser uma estratégia mais económica”, afirmou.

“A língua é fundamental, a cultura, a educação, tudo isso é importante, mas a economia, finanças, tecnologia, ciência, é o futuro”, frisou.

Marcelo vê sinais de crescimento na economia brasileira que considera importantes para Portugal: “Significa aumento de comércio, onde caiu foi importação/exportação, sobretudo exportação portuguesa para o Brasil”.

“Isso mudando, com o crescimento brasileiro, é importante para Portugal. Por outro lado, há projetos para aumentar a relação no plano do investimento. A AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo), em Portugal, ligada com as instituições brasileiras, estão agora a programar um salto em termos de projeto de investimento”, afirmou.

Esse investimento será em vários domínios, apontou, desde a “exploração de recursos naturais até às PME [pequenas e médias empresas] e o que se chama ‘start up’”.

“Em torno das Olimpíadas nós encontrámos empresas portuguesas na organização da abertura, nas medalhas, numa série de estruturas, que são empresas e PME que têm perspetivas. A construção civil tudo indica que vai aumentar no Brasil, isso é bom para as construtoras portuguesas”, sustentou.

Apesar de experiências anteriores como a da PT, Marcelo aconselharia empresas portuguesas a investirem no Brasil e defende que “há domínios em que é possível ir mais longe na colaboração”, mas que “não serão, porventura, as grandes empresas”.

“Há muitas médias empresas a entrar no Brasil”, disse.

Entre os empresários presentes no almoço oferecido por Marcelo Rebelo de Sousa no Palácio de São Clemente, o Consulado de Portugal no Rio de Janeiro que se situa no bairro de Botafogo, estiveram representantes do Grupo Guanabara Diesel, Supermercados Guanabara, Restaurantes Itahy, COBA Group, Petrogal Brasil, CASAIS Brasil, Universidade Lusófona Brasil.

A Teixeira Duarte, o Vila Galé Rio de Janeiro, os Supermercados Mundial, Supermercados Real, Transportes Galo Branco, Banco BBM, a FIRJAN Internacional, foram outras das empresas representadas, bem como a Associação Comercial do Rio de Janeiro, presidida por Paulo Protásio.

Com informações da Agência Lusa

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