Após a forte aceleração em maio (0,78%), a inflação perdeu força no mês de junho. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta sexta-feira, 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentou variação de 0,35% no mês passado, menos da metade da taxa de maio e o menor valor desde agosto de 2015, quando o indicador ficou em 0,22%.
No primeiro semestre, a inflação subiu 4,47%, abaixo dos 6,17% registrados no mesmo período de 2015. O resultado acumulado em 12 meses desacelerou de 9,32% em maio para 8,84% em junho, menor resultado para um período equivalente desde maio de 2015, quando estava em 8,47%.
Na passagem de maio para junho, o ritmo de aumento de preços desacelerou em sete dos nove grupos de produtos e serviços que integram o IPCA. Os únicos grupos que registraram taxas maiores foram Transportes (que saiu de uma queda de 0,58% em maio para uma redução menor, de -0,53% em junho), e Comunicação (que passou de 0,01% para 0,04% no período).
Embora a queda de Transportes tenha sido menos intensa do que no mês anterior, o grupo contribuiu com -0,10 ponto porcentual para a taxa de 0,35% do IPCA do mês. As passagens aéreas recuaram 4,56% em junho. O litro da gasolina caiu 1,22%, enquanto o etanol ficou 0,64% mais barato.
Segundo o IBGE, em meio ao cenário de redução na renda do trabalhador e aumento do desemprego, o enfraquecimento da demanda ficou mais evidente na trajetória da inflação. Em junho, vários itens registraram queda de preços por conta do aperto no orçamento das famílias.
“A passagem aérea é um clássico. As empresas aéreas estão com problema de faturamento, diminuindo voos. No caso da boate, as pessoas não estão se divertindo tanto mais. O próprio hotel, o automóvel, as compras dos eletrodomésticos… A gente pode dizer que é um efeito demanda”, afirmou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE. Os preços das passagens aéreas recuaram 4,56%; o item boate e danceteria caiu 2,00%; excursão encolheu 1,84%; hotel teve queda de 1,43%; automóvel novo caiu 0,90% e eletrodomésticos, 0,57%.
Leia mais no Estadão