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A inflação no Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acelerou para 4,42% no acumulado de 12 meses até setembro de 2024, conforme dados divulgados nesta quarta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa representa uma leve alta em relação aos 4,24% registrados no mês anterior. Em setembro, a inflação foi de 0,44%, revertendo a deflação de 0,02% observada em agosto.
No acumulado do ano, a inflação atinge 3,31%, com a maior pressão sobre os preços vinda dos setores de habitação, que subiu 1,80%, e alimentação e bebidas, que teve alta de 0,50%.
Alfredo Cotait Neto, presidente da CACB, destacou que “a inflação é o maior inimigo do varejista; nada afeta mais diretamente o poder de compra e a estabilidade dos negócios.” O novo aumento causa desvalorização da moeda nacional e a diminuição do poder de compra da população.
Energia elétrica puxa alta no setor de habitação
O aumento no grupo de habitação foi puxado principalmente pela alta de 5,36% na energia elétrica residencial, que reverteu a deflação de 2,77% registrada em agosto. O reajuste é explicado pela entrada em vigor da bandeira tarifária vermelha patamar 1, que adiciona R$ 4,463 a cada 100 kWh consumidos. Além disso, o gás de botijão também teve um impacto significativo no índice, com alta de 2,40% no mês.
A CACB, com o objetivo de apoiar os empresários de micro e pequenos negócios a reduzirem custos com energia de maneira simples e sustentável, está implementando uma parceria com a Cogecom, cooperativa de geração de energia compartilhada, que vai garantir descontos na conta de luz dos associados.
“Nós estamos muito entusiasmados com essa parceria, já que poderemos levar energia mais barata e renovável para todo o Brasil, com a ajuda da CACB”, disse o representante da cooperativa, Roberto Correia.
Serão oferecidas dois produtos – um por meio das federações e ACEs, e outro através do programa AL-Invest Verde, por uma plataforma de white label para as empresas interessadas – nesse modelo de negócio, que não exige a divulgação de direitos autorais, é possível oferecer o serviço sem ter de investir na criação da tecnologia.
Inicialmente, os contratos atenderão as federações de SP, MG, GO, MT, MS, RS, PR e SC.
Alimentação
O grupo de alimentação e bebidas registrou alta de 0,50% em setembro, após dois meses de quedas consecutivas. A alimentação no domicílio subiu 0,56%, com destaque para o aumento nos preços de itens como o mamão (+10,34%), a laranja-pera (+10,02%), o café moído (+4,02%) e o contrafilé (+3,79%). Por outro lado, houve queda nos preços da cebola (-16,95%), do tomate (-6,58%) e da batata inglesa (-6,56%), que ajudaram a amenizar o impacto no orçamento familiar.
Perspectivas e política monetária
Com a inflação oficial acima do centro da meta, que é de 3% com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual (de 1,5% a 4,5%), o Banco Central continua monitorando os indicadores para definir os rumos da taxa básica de juros (Selic). Atualmente, a Selic está em 10,75% ao ano, após uma elevação de 0,25 ponto percentual em setembro.
Segundo o Boletim Focus, a projeção do mercado financeiro é que a Selic encerre o ano em 11,75%, com inflação estimada em 4,38% para 2024. Com mais duas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) até o final do ano, o Banco Central poderá adotar novos ajustes graduais na taxa de juros, visando controlar a inflação e estabilizar as expectativas econômicas.
Os próximos meses serão cruciais para avaliar o impacto dessas medidas sobre os preços e o comportamento da economia.