A expectativa de empresários e representantes dos setores produtivo e financeiro é de que o novo governo de Michel Temer e sua equipe sejam capazes de implementar reformas estruturais no país e um melhor diálogo com o Congresso Nacional. Mas, primeiramente, esperam medidas que estimulem a retomada ao crescimento econômico – em 2016, o país irá registrar o segundo ano consecutivo de contração no Produto Interno Bruto (PIB).
O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, acredita que o Brasil já acumula uma curva de aprendizado e que as medidas que devem ser tomadas já são conhecidas. “Esta é a oportunidade de nos darmos conta de que a luta contra a recessão é a prioridade máxima do País. O motor do crescimento está aqui, temos consumidores, temos uma economia diversificada, avanço tecnológico e uma grande demanda reprimida por investimentos na infraestrutura e novas plantas industriais”, afirmou, em nota.
O executivo também elogiou a escolha de Henrique Meirelles para o Ministério da FAzenda. “Entendemos que Henrique Meirelles seja o nome certo para dar estrutura, hierarquia e clareza à política econômica”, concluiu.
Já o presidente do Conselho de Administração do banco, Lázaro Brandão, reforça que tem confiança no novo governo, mas que o temo é curto. “Temos esperança e confiança no novo governo. Sem euforia, sabemos das dificuldades à frente e estamos prontos para enfrentar os desafios. Há pilares que nos dão ânimo. Enfatizamos que o tempo é curto e precisamos de uma condução firme, mas de consenso possível, para superarmos o atual momento”, disse, também em nota.
Já o presidente da JBS, Wesley Batista, espera que o novo governo encaminhe reformas estruturantes ao país.
— Independente de novo governo ou não, o que a gente espera é que o Brasil caminhe no passo para fazer reformas estruturantes — afirmou, na quarta-feira à noite, em conversa com jornalistas.
Entre as reformas necessárias, citou as trabalhista, tributária e previdenciária, reforçando que as duas primeiras atingem diretamente o dia a dia da companhia.
— O Brasil carrega um custo país que inibe o crescimento pela quantidade de custos. A classe política tem que estar junta em prol do Brasil — afirmou.
O presidente do Conselho de Administração da Abimaq, Carlos Pastoriza, espera que, independente do partido, chegue ao fim a crise política, que tem afetado a economia e, consequentemente, o crescimento das empresas. Também cobrou reformas e ajustes na economia. “O que nós entendemos é que não dá mais para postergar os ajustes importantes que precisam ser feitos na economia, tanto ajustes de curto prazo, como o fiscal, quanto os ajustes de médio e longo prazo, as chamadas mudanças estruturantes na economia, como a tributária e previdenciária”, explicou, em nota.
Para o fim da crise política, espera um grande poder de articulação com o Congresso Nacional. Lembra que embora se tenha uma esperança em um novo governo Temer, é preciso agir de forma rápida. “Temos pressa para que se resolva rápido a crise institucional e que sejam tomadas essas medidas porque a economia está sangrando diariamente. Empresas estão fechando, empregos estão sendo perdidos e consumo está caindo. Nós precisamos agir para que se volte o consumo, o crescimento e os investimentos do país.”
Fonte: O Globo