
Foto: Tauan Alencar
Na manhã desta quarta-feira (6), a CACB promoveu, a partir de Brasília, o 2 º Seminário Economia do Mar. O evento, com transmissão online, teve apoio da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Rio de Janeiro (Facerj), realizadora do primeiro seminário com a mesma temática.
“A primeira vez que eu ouvi a expressão Economia do Mar eu achei legal, mas distante. Inicialmente me passou que o Rio de Janeiro era o protagonista do debate, mas não é. É o Brasil! No meu estado (Rio Grande do Norte) tem um núcleo que discute o assunto. Esse é o momento de a CACB ser um guarda-chuva para este debate que é maior do que podemos imaginar. Temos vários “brasis” dentro do Brasil”, explicou Itamar Maciel, vice-presidente da Micro e Pequena Empresa da Confederação.
Os vários “brasis” foram exemplificados na fala de Luciano Gonçalves, secretário-executivo da Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Naval, que estava representando o deputado Alexandre Lindenmeyer (PT/RS). “No Amazonas, por exemplo, a dificuldade que enfrentamos para reparos é a falta de mão-de-obra. Querem trabalhar no terceiro turno, mas não tem gente qualificada”, explicou ele, pontuando também a situação no outro extremo do país: “No município de Rio Grande (RS), se em 2014, 2016, tínhamos 24 mil empregos na indústria naval, hoje não passam de 300”.

A reunião ocorreu de maneira híbrida | Foto: Tauan Alencar
Marcelo Felipe Alexandre, subsecretário da Secretaria Estadual de Energia e Economia do Mar (Seenemar) do Rio de Janeiro, disse que um modelo de trabalho que tem dado certo no estado é envolver empreendedores, acadêmicos e governo para discutir políticas públicas criando grupos de trabalho como, por exemplo, o que trata de mineração no mar. “O setor não tem nem legislação, e é inimaginável pensar em economia do mar sem pensar em sustentabilidade”, pontuou ele.
Alexandre também chamou atenção para as regras econômicas. “Vendemos commodities, carga de pouco valor agregado, e recebemos navios com aparelhos eletrônicos”.
O contra-almirante Alvaro Lemos, que está à frente do Centro de Instrução Almirante Graça Aranha, explicou que a Força está elevando o efetivo de oficiais da Marinha Mercante. “Ano a ano ela aumenta em 10%, promovemos cursos de atualização e aumentamos cursos nas capitanias com o intuito de aumentar a entrega de profissionais”.

Contra-almirante Alvaro Lemos | Foto: Tauan Alencar
Com 8.500 km de costa, 17 estados marítimos e 280 municípios defrontantes com o mar, o Brasil está entre as 15 maiores potências mundiais marítimas. O Sebrae mapeou 8 vetores de desenvolvimento diretamente ligados à Economia Azul: Turismo, pesca, aquicultura, energia, porto-logística-marinas, construção e manutenção naval, defesa, educação-ciência-tecnologia e água e saneamento.
Por isso, a CACB quer ampliar as discussões sobre a Economia Azul, também chamada de Economia do Mar. “Um movimento que vamos fazer em 17 estados, estamos aqui para agregar”, disse Robson Carneiro, presidente da Facerj e do Sebrae/ RJ.
Também participaram presencialmente João Azeredo, da recém-criada Associação Brasileira das Empresas da Economia do Mar (Abeemar) que atua junto ao Sindicato Nacional da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), o deputado federal Luis Carlos Gomes (Republicanos/RJ), a analista em Cidadania e Sustentabilidade do Sistema de Cooperativas Financeiras do Brasil (Sicoob) Letícia Marques, o superintendente da CACB, Carlos Rezende, Fábio Krieger do Sebrae Nacional, Renato Regazzi do Sebrae/RJ, Melca Farias, presidente da Associação Comercial da Paraíba (ACPB) e João Leal pela Seenemar, além de outras pessoas de forma virtual.
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