A primeira edição da Semana do Empreendedorismo Feminino (Women Development Summit) foi realizada nesta quarta-feira (22/11), com mais de 200 participantes, na Câmara Legislativa do Distrito Federal. O evento comemorou a promulgação da Lei nº 14.667/2023, de autoria da deputada federal Paula Belmonte, que institui a Semana Nacional do Empreendedorismo Feminino.
A presidente do Conselho Nacional da Mulher Empreendedora e da Cultura (CMEC), Ana Cláudia Badra Cotait, participou da cerimônia e parabenizou a iniciativa e a equipe organizadora, entre elas, a vice-presidente do CMEC, Beatriz Guimarães, que preside o CMEC DF e a Câmara das Mulheres Empreendedoras da Fecomércio/DF.
“Estou muito feliz de passar uma tarde com mulheres inspiradoras que tiveram muitos desafios e estão aqui hoje como exemplos de sucesso. Gosto sempre de falar da mentalidade empreendedora da mulher. Todas nós temos essa mentalidade, é só desenvolvê-la que chegamos longe”, declarou Ana Cláudia.
O evento também marcou o lançamento da Frente Parlamentar do Empreendedorismo Feminino. “Nosso objetivo é conscientizar as mulheres para o papel relevante que elas têm para movimentar economicamente a nossa cidade e o nosso país”, disse a deputada Paula Belmonte. “Eu comecei vendendo brigadeiro”, recordou ela, reforçando que a proposta da iniciativa é incentivar a capacitação, a profissionalização, a troca de experiências e o pensamento empreendedor.
Paula lembrou ainda que as mulheres são 52% da população brasileira. “Temos que falar de prosperidade e de acreditar que um negócio, mesmo pequeno, gera uma boa renda. Isso é possível e nós queremos fortalecer essas ações”, completou a deputada.
A secretária da Mulher do Distrito Federal, Gisele Ferreira, abordou a necessidade da segurança jurídica para as empreendedoras e a importância da lei que institui a Semana Nacional do Empreendedorismo Feminino. “Precisamos que essa iniciativa se estenda para outras cidades e capitais. Temos que fomentar ações de promoção da mulher, empregabilidade e mais mulheres em espaço de poder, essa é a nossa pauta”, afirmou a secretária.
A presidente do Fórum das Mulheres da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Monica Monteiro, sugeriu propostas de reforma tributária para o empreendedorismo feminino. “No Brasil, as mulheres exportam pouco. Precisamos de políticas públicas, inspiradas em casos como da Índia e da África do Sul. Temos que estudar novos mercados porque sabemos que há muitas oportunidades lá fora”, propôs.
A superintendente do Sebrae-DF, Rose Rainha, por sua vez, destacou a presença de mulheres inspiradoras que prestigiaram o evento e que contribuem significativamente para o PIB do DF. “Temos uma trajetória já trilhada, mas essas mulheres não esqueceram as que ainda estão no caminho. Queremos ser ainda mais valorizadas, ocupando nosso lugar verdadeiro no empreendedorismo.”
O CMEC é um órgão da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) e o evento foi organizado por meio de uma parceria entre as duas entidades, a Fecomércio DF, a Câmara das Mulheres Empreendedoras do DF e o Sebrae.
Painéis
O primeiro painel do evento tratou da importância da mulher empreendedora para o desenvolvimento e para a economia. A mediadora do painel foi a vice-presidente do CMEC, Beatriz Guimarães. Ela destacou que a atitude das empresárias está diretamente ligada ao desenvolvimento da economia e da geração de empregos. “Aqui temos mulheres que atuam em setores majoritariamente masculinos. Sabemos que juntas somos mais fortes”, disse Beatriz.
Participaram do painel a cofundadora e vice-presidente do Conselho do Grupo Sabin, Janete Vaz; a empresária do grupo Smaff Fernanda Machado; a CEO do Grupo Pinheiro, Janine Brito; e a diretora executiva do Grupo Big Box, Bruna Habka.
Uma das homenageadas do evento e que também fez parte do painel foi a presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Teresa Vendramini. Ela falou sobre a visão da mulher empreendedora no agronegócio e as dificuldades encontradas relacionadas ao gênero. Teresa é a única presidente mulher nos 100 anos de existência da entidade.
“No Brasil, existem cinco milhões de propriedades rurais, concentradas em pequenos produtores. Nelas, a maior parte é de mulheres. Temos que caminhar todas juntas e de mãos dadas”, reforçou Teresa. Os demais painéis do evento debateram temas como oportunidades e desafios da atualidade, universo financeiro e demandas políticas do empreendedorismo feminino.