
Diretoria do CNME participou da audiência pública na CDEICS – Foto Victor Diniz/Câmara dos Deputados.
A participação feminina na atividade empreendedora é crescente no Brasil. As 7,3 milhões de brasileiras que lideram negócios próprios, segundo estatísticas do Sebrae, condiz com a instituição de um dia nacional de reflexão e de valorização da mulher empreendedora. A iniciativa pela criação do “Dia Nacional da Mulher Empresária” foi apoiada pela diretoria executiva do Conselho Nacional da Mulher Empresária (CNME/CACB) e por três deputadas, que participaram da audiência pública promovida pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços (CDEICS), nesta terça-feira (21).
A deputada Conceição Sampaio (PP/AM), parlamentar que conduziu os trabalhos da audiência pública, explica que propor e aprovar um Projeto de Lei que institua essa data nacionalmente tende a colaborar no processo de empoderamento feminino na sociedade brasileira. “Instituir o Dia Nacional da Mulher Empresária vai fortalecer, reforçar políticas públicas e ações de empoderamento das mulheres no setor empreendedor”, destacou a parlamentar.
Para Neiva Kieling, presidente do CNME/CACB, a iniciativa de criação de um dia comemorativo é bem-vinda. “Vai ajudar a fortalecer micro e pequenas empresas lideradas por mulheres. Permitirá a criação de políticas públicas que as tornem mais qualificadas, inseridas e competitivas”, afirmou.

Presidente do CNME, Neiva Kieling defende criação de políticas públicas para aumentar o engajamento feminino no meio empresarial – Foto: Victor Diniz/Câmara dos Deputados
“Durante muito tempo, nos foi proibido restringido, como mulheres, a participação na vida pública da sociedade. A nós, mulheres, era destinado exclusivamente o mundo privado, da família. Então hoje estamos aos poucos conseguindo avançar na conquista de novos espaços. Por que a importância de se criar o dia da Mulher Empresária? Para que mais um dia da mulher? As pesquisas mostram que, com as políticas públicas existentes, a mulher, para consolidar uma igualdade com o homem levaria, no mínimo, mais 100 anos. Nós ainda temos muitas diferenças, principalmente, as [mulheres] de baixa de renda, de um nível educacional menor”, defende a empresária Rosemma Maluf, Vice-Presidente da Associação Comercial da Bahia (ACB) e vice-presidente do CNME Nordeste.
Fádua Sleimam, vice-presidente do CNME Sudeste, lembrou que o momento econômico vivido pelo Brasil fez aumentar o número de mulheres que se encontram em atividades empreendedoras por questão de necessidade. “Até por uma questão de políticas públicas. Em algumas cidades, reduziram-se o número de creches. O que aconteceu? A mulher que antes estava no mercado, recebia o seu salário, pagava uma babá ou alguém para cuidar, ela teve que largar o mercado de trabalho e voltar para casa. Isso é um retrocesso para a mulher.”
A crescente participação das mulheres na economia, por meio de atividades empreendedoras, é importante para a ocupação de espaços de poder pelas mulheres, lembrou outra parlamentar requerente do evento, a deputada Carmen Zanotto (PPS/SC). Ela ponderou, no entanto, que apesar do grande número de microempresárias, é pequeno o número de mulheres em postos de comando nas grandes empresas.
Carmen Zanotto, bem como a deputada Christiane Yared (PR/PR), lembraram que o protagonismo na economia e nas entidades de classe pode levar à ampliação da participação feminina em cargos políticos. Hoje essa participação, de cerca de 10% nas casas legislativas do país, está muito aquém da participação feminina no total da população, lembrou Carmen.

Janelise Royer afirma que em SC já se comemora o Dia da Mulher Empresária – Foto: Victor Diniz/Câmara dos Deputados
Janelise Royer dos Santos, presidente do Conselho Estadual da Mulher Empresária da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (CEME/Facisc), disse que seu Estado comemora o dia da mulher empresária em 17 de agosto desde 2005, data em que centenas de empresárias se reúnem para contar histórias de seu cotidiano e trocar experiências. De acordo com a líder empresarial, Santa Catarina tem 281 microempresárias, mais de 30% dos empreendedores catarinenses.
Com informações da Agência Câmara Notícias.