A participação feminina na atividade empreendedora é crescente no Brasil. As 7,3 milhões de brasileiras que lideram negócios próprios, segundo estatísticas do Sebrae, condiz com a instituição de um dia nacional de reflexão e de valorização da mulher empreendedora. A iniciativa pela criação do “Dia Nacional da Mulher Empresária” foi apoiada pela diretoria executiva do Conselho Nacional da Mulher Empresária (CNME/CACB) e por três deputadas, que participaram da audiência pública promovida pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços (CDEICS), nesta terça-feira (21).
A deputada Conceição Sampaio (PP/AM), parlamentar que conduziu os trabalhos da audiência pública, explica que propor e aprovar um Projeto de Lei que institua essa data nacionalmente tende a colaborar no processo de empoderamento feminino na sociedade brasileira. “Instituir o Dia Nacional da Mulher Empresária vai fortalecer, reforçar políticas públicas e ações de empoderamento das mulheres no setor empreendedor”, destacou a parlamentar.
Para Neiva Kieling, presidente do CNME/CACB, a iniciativa de criação de um dia comemorativo é bem-vinda. “Vai ajudar a fortalecer micro e pequenas empresas lideradas por mulheres. Permitirá a criação de políticas públicas que as tornem mais qualificadas, inseridas e competitivas”, afirmou.
“Durante muito tempo, nos foi proibido restringido, como mulheres, a participação na vida pública da sociedade. A nós, mulheres, era destinado exclusivamente o mundo privado, da família. Então hoje estamos aos poucos conseguindo avançar na conquista de novos espaços. Por que a importância de se criar o dia da Mulher Empresária? Para que mais um dia da mulher? As pesquisas mostram que, com as políticas públicas existentes, a mulher, para consolidar uma igualdade com o homem levaria, no mínimo, mais 100 anos. Nós ainda temos muitas diferenças, principalmente, as [mulheres] de baixa de renda, de um nível educacional menor”, defende a empresária Rosemma Maluf, Vice-Presidente da Associação Comercial da Bahia (ACB) e vice-presidente do CNME Nordeste.
Fádua Sleimam, vice-presidente do CNME Sudeste, lembrou que o momento econômico vivido pelo Brasil fez aumentar o número de mulheres que se encontram em atividades empreendedoras por questão de necessidade. “Até por uma questão de políticas públicas. Em algumas cidades, reduziram-se o número de creches. O que aconteceu? A mulher que antes estava no mercado, recebia o seu salário, pagava uma babá ou alguém para cuidar, ela teve que largar o mercado de trabalho e voltar para casa. Isso é um retrocesso para a mulher.”
A crescente participação das mulheres na economia, por meio de atividades empreendedoras, é importante para a ocupação de espaços de poder pelas mulheres, lembrou outra parlamentar requerente do evento, a deputada Carmen Zanotto (PPS/SC). Ela ponderou, no entanto, que apesar do grande número de microempresárias, é pequeno o número de mulheres em postos de comando nas grandes empresas.
Carmen Zanotto, bem como a deputada Christiane Yared (PR/PR), lembraram que o protagonismo na economia e nas entidades de classe pode levar à ampliação da participação feminina em cargos políticos. Hoje essa participação, de cerca de 10% nas casas legislativas do país, está muito aquém da participação feminina no total da população, lembrou Carmen.
Janelise Royer dos Santos, presidente do Conselho Estadual da Mulher Empresária da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (CEME/Facisc), disse que seu Estado comemora o dia da mulher empresária em 17 de agosto desde 2005, data em que centenas de empresárias se reúnem para contar histórias de seu cotidiano e trocar experiências. De acordo com a líder empresarial, Santa Catarina tem 281 microempresárias, mais de 30% dos empreendedores catarinenses.
Com informações da Agência Câmara Notícias.