Com exportações no valor de US$ 30,4 bilhões e importações de US$ 23,1 bilhões, a balança comercial brasileira registrou um superávit recorde de US$ 7,3 bilhões no primeiro bimestre do 2017, melhor resultado para o período desde o início da série histórica, em 1989. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira pelo secretário de Comércio Exterior do MDIC, Abrão Neto, em entrevista coletiva no Ministério da Indústria, Comércio exterior e Serviços (MDIC), em Brasília.
Nos primeiros dois meses de 2017, as exportações registraram um aumento de 20,5%, com crescimento das vendas de produtos básicos (38,1%), semimanufaturados (13,2%) e manufaturados (5,3%). As importações tiveram um crescimento de 9,2% com aumento dos gastos com bens intermediários (19,5%), e diminuição das compras de bens de capital (-28,5%) e bens de consumo (-1,5%).
Abrão Neto afirmou que o aumento da importação de bens intermediários é um sinal de retomada do crescimento da economia. “Houve um aumento consistente nas importações, sobretudo de insumos usados para produção agrícola e para produção industrial de alguns setores como eletroeletrônico, aviação, indústria química e indústria de equipamentos mecânicos, além de combustíveis e lubrificantes. Então, de certa forma, entendemos este terceiro crescimento mensal no total das importações e o crescimento de bens intermediários como um sinal importante de reaquecimento da economia brasileira”, analisou.
Fevereiro
No segundo mês de 2017 o superávit comercial também foi recorde, chegando a US$ 4,6 bilhões. O melhor saldo anterior havia sido registrado em fevereiro de 2016 (US$ 3 bilhões). Em fevereiro, as vendas externas somaram US$ 15,5 bilhões, com crescimento de 22,4% em relação a 2016, e as importações totalizaram US$ 10,9 bilhões, o que representa um aumento de 11,8%.
“As taxas de crescimento tanto nas exportações quanto nas importações foram as maiores desde 2011 e nós tivemos em fevereiro o terceiro mês consecutivo de aumento das importações, o que não acontecia desde agosto de 2013”, destacou Abrão Neto.
Segundo o secretário de Comércio Exterior, nos próximos meses as compras externas devem continuar crescendo. “Nossa expectativa para 2017 é de aumento tanto das importações quanto das exportações” acrescentou.
Nas importações, em fevereiro, cresceram os gastos com bens intermediários (16,3%) e combustíveis e lubrificantes (34,9%), em razão do aumento dos preços óleo diesel, gasolinas, carvão, coques de hulha, butanos e propanos liquefeitos. Por outro lado, caíram as compras com bens de capital (-9,8%) e bens de consumo (-4,4%).
Já as exportações, quando comparadas a fevereiro do ano passado, apresentaram crescimento de 48,3% nas vendas de produtos básicos, por conta de petróleo em bruto (326,6%), minério de ferro (126,2%), soja em grão (107,2%), carne suína (40%) e carne de frango (35,8%). No período, também aumentaram as vendas de produtos manufaturados (5,7%) e semimanufaturados (2%), devido ao crescimento nas exportações de óleos combustíveis (480,7%), veículos de carga (38,8%), automóveis de passageiros (31,6%), ferro fundido (139%), óleo de soja em bruto (109,9%) e semimanufaturados de ferro e aço (92,6%).
Mercados compradores
No acumulado do ano, houve crescimento das exportações brasileiras para quase todos os principais destinos, com destaque para a China (crescimento de 78,9%), Estados Unidos (+15,3%) e Argentina (18,4%). No mês de fevereiro, China (US$ 3,576 bilhões), Estados Unidos (US$ 1,896 bilhão), Argentina (US$ 1,271 bilhão), Países Baixos (US$ 691 milhões) e Chile (US$ 445 milhões) foram os principais compradores de produtos brasileiros. No último mês, aumentaram as vendas para Ásia (42,7%) e cresceram as remessas para Mercosul (22,6%), Oriente Médio (22,6%) e Oceania (22,2%).
Fonte: Assessoria de Comunicação Social MDIC
Foto: Fábio Rodrigues