A Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA), uma das mais antigas entidades empresariais do Rio Grande do Sul, foi instalada a 9 de maio de 1858. Está, portanto, completando 158 anos de funcionamento. A fundação da então chamada Praça do Comércio data, porém, de 14 de fevereiro daquele mesmo ano do século retrasado.
A criação da entidade ocorreu na “casa de campo” (foto) do principal líder do setor na época, Lopo Gonçalves Bastos. O casarão abriga hoje o Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo, na Rua João Alfredo, 582, bairro Cidade Baixa. Outro personagem presente nos primórdios da organização também é nome de rua na região, Luiz Afonso. No mesmo ano surgia o Banco da Província, que se tornou poderoso no Estado, mas que já não existe mais.
Conforme o historiador Sérgio da Costa Franco, no livro “Porto Alegre e seu comércio”, encomendado pela ACPA por ocasião dos 125 anos da entidade, em 1983, a Praça do Comércio regulava o valor de troca da moeda. Havia insuficiência de meio circulante e as moedas de ouro e prata estrangeiras tinham grande aceitação. A Praça emitia resoluções sobre o valor de troca das moedas.
Durante décadas, a ACPA travou guerra contra o contrabando, originário principalmente do porto de Montevidéu. Reivindicou uma “tarifa especial” de importação para o Rio Grande do Sul, o que foi obtido após longas tratativas. Outra frente de atuação da entidade deu-se em favor das condições dos transportes – dragagem e sinalização da Lagoa dos Patos e do Guaíba, melhoramento e abertura da barra de Rio Grande e ferrovias.
O Palácio do Comércio, onde fica a sede da ACPA e da Federasul, no Centro Histórico de Porto Alegre, teve sua pedra fundamental lançada em 12 de outubro de 1937. A inauguração do prédio, projetado pelo arquiteto José Lutzenberger, aconteceu em 14 de novembro de 1940, com a presença do presidente Getúlio Vargas.
Nos anos 1800, Lopo Gonçalves presidiu a Praça do Comércio em três períodos: foi seu primeiro presidente, em 1858, e depois voltou ao cargo em 1861/64 e 1867/71. Também estiveram à frente da entidade nas primeiras gestões nomes como Barão de Cahy, Antonio Mostardeiro, Ernesto da Fontoura e Carlos Hubner.
Desde a década de 1920, o último dirigente a exercer com exclusividade a presidência da ACPA foi Alberto Bins, entre 1924 e 1928, antes de se tornar prefeito da capital. Depois dele, durante 88 anos, o cargo de presidente da ACPA passou a ser acumulado pelo presidente da Federasul. Até que este ano Paulo Afonso Pereira foi aclamado unicamente presidente da ACPA e tomou posse em 27 de abril passado.