A relação das mulheres com o poder foi o tema discutido por empresárias, nesta segunda-feira (17), durante o 3º Fórum da CACB Mil, no Rio de Janeiro. Durante o painel do Conselho Nacional da Mulher Empresária (CNME), empresárias discutiram a importância da mulher ocupar espaços de poder.
Para Maria Amélia Enriquez, secretária adjunta de Ciência, Tecnologia e Educação Técnica e Tecnológica do Paraná, ainda há muito espaço para a mulher crescer, mas há mitos que as impedem. Um deles é o que diz que mulheres são muito competitivas entre si. “Se isso fosse verdade, não teríamos chegado até aqui. Caminhamos até este momento por meio da solidariedade feminina”, afirmou ela. O outro mito é de que a política deve ser feita por homens. “A mulher quer o poder não como disputa, mas como oportunidade de mudar o mundo”.
Já Isabel Baggio, presidente da Associação das Organizações de Microcrédito e Microfinanças de Santa Catarina, falou sobre a desigualdade de gênero. Segundo ela, essa não é apenas uma preocupação moral ou social, mas também um desafio econômico. “Quanto custa hoje a violência contra a mulher? Esse dinheiro poderia ser utilizado em investimentos. Diminuir a distância entre masculino e feminino poder melhorar a distribuição de renda”, disse ela.
Cristina Franco, presidente da Associação Brasileira de Franchising, que também palestrou no encontro, lembrou que as mulheres não querem cotas ou estarem em grupos separados do todo. “Queremos participar da construção da sociedade, retomar a posição de equidade”.
Para a presidente do CNME, Neiva Kieling, o mercado está passando por um processo de feminização, o que aumenta a responsabilidade do Conselho. Segundo ela, hoje, o Brasil possui 7,3 milhões de empreendedoras. Elas representam 32% do total de empresários do país. “Hoje, mais da metade dos empreendimentos iniciados no Brasil pertence a mulheres. E a responsabilidade do CNME é oferecer apoio para elas, para que se mantenham no mercado e consigamos aumentar o índice de sobrevivência dos negócios”, disse Neiva Kieling.
O encontro encerrou com a analista de Programas da ONU Mulheres Brasil, Camila Almeida, que falou sobre o empoderamento da mulher no século XXI.
Posse – O presidente da CACB, George Pinheiro, deu posse ao CNME durante o Encontro. E discursou sobre o papel das empresárias na política. “As mulheres empresárias precisam investir em responsabilidade política. Reclamamos da atuação de nossos representantes, mas esquecemos que fomos nós que os elegemos. Por isso, o lema deste ano do Fórum CACB Mil é “O Brasil está nas nossas mãos”.
As empresárias são Janelise Royer, secretária executiva; Yêda Fernal, diretora de projetos; Rosana Marques, diretora financeira; Fádua Sleiman, vice-presidente Sudeste; Rosangela Sonda, vice-presidente Sul; Rosemma Maluf, vice-presidente Nordeste; Eliana Furtado, vice-presidente Norte; e Andrea de Oliveira Basso, vice-presidente Centro-Oeste.