
Hugo Rocha e Francisco Assis entrevistam Alfredo Cotait Neto no programa “Frente a Frente” da REDEVIDA – Foto: Divulgação
Alfredo Cotait Neto foi o entrevistado do programa “Frente a Frente” do canal Rede Vida na última segunda-feira (25). A pauta inicial era empreendedorismo, mas como não é possível falar de negócios sem tratar de economia, da Reforma Tributária e até de política, a conversa com o apresentador Hugo Rocha e com o jornalista Francisco Assis, da agência Estadão Broadcast, foi ampla.
Economia
Sobre equilíbrio fiscal nas contas do governo, Alfredo Cotait disse que o ano de 2023 começou equilibrado porque o ministro do governo anterior, Paulo Guedes, havia reduzido a dívida que imediatamente aumentou com o governo Lula, mas o “grande erro foi quando o ministro Haddad acabou com o teto de gastos e criou o arcabouço fiscal dizendo que as despesas cresceriam de acordo com a receita e isso não existe em empresa nenhuma, não existe aumentar a despesa esperando, no futuro, aumento de receita, é ao contrário!”
Sobre os juros como remédio para impedir a volta da inflação, o presidente da CACB pontuou que é um dano para os empresários pequenos trabalhar com a taxa de juros nessa magnitude. Comparando os juros altos e a inflação, disse que “a inflação é pior porque tira dinheiro da base economia”.
Reforma Tributária e Simples Nacional
“Essa Reforma foi feita para a indústria. Somos contra? Não, mas está transferindo carga para comércio e serviços e somos contra isso”.
“Essa reforma passou por cima de tudo, por cima da Constituição Federal, e agora como foi aprovado, está na regulamentação, estamos lutando para tentar corrigir o impacto sobre o Simples, para que o optante por ele tenha o mesmo direito de ter crédito na cadeia dos impostos como tem qualquer empresa no regime normal.”
” Os que trabalham no Simples pagam imposto sobre a receita bruta para os três entes da Federação, aí vem a Receita Federal achar que é renúncia fiscal”
Associações Comerciais
Cotait Neto falou sobre a origem da história do associativismo no Brasil contando como surgiu a primeira associação comercial do Brasil, a da Bahia, e pontuou que hoje temos a CACB “uma entidade independente, não sindical, que não está vinculada a governos e não sofre patrulhamento’.
Empreendedorismo
“A felicidade está intimamente ligada ao empreendedorismo, por isso só terá sucesso quando se é feliz porque aí você vai se dedicar. Não é emprego, é trabalho, é doação pessoal”
“A associação comercial é a casa do empreendedor, quando você quer ser empreendedor, o primeiro passo é ir a uma associação onde você vai ter orientação e estímulo”.
Sustentabilidade
“Antes a economia era mais comercial, hoje tem que ter viés de sustentabilidade e social, não pode ser tão capitalista. Só que a sustentabilidade é um programa das grandes marcas, o pequeno não tem condição financeira, mas tem que ter consciência da sustentabilidade porque progredindo ele vai ter mais facilidade em crescer.”

Hugo Rocha e Francisco Assis entrevistam Alfredo Cotait Neto no programa “Frente a Frente” da REDEVIDA – Foto: Divulgação
Futuro do trabalho
“De um lado tem o tutelado pelo sindicato com salário carregado com impostos, do outro o modelo livre – se eu vendo mais, ganho mais. O modelo sindical está esgotado, serviu para o passado, hoje é o do empreendedorismo. Falaram do sindicato para o Uber. Como se cada motorista tem seu horário? Agora, se o motorista paga um MEI, ele vai ter aposentadoria, é preciso conhecer as regras.”
“Empreendedorismo é geração de renda, não é salário, sou presidente da Federação das Associações Comerciais de São Paulo e te digo que é no fim de semana que as cidades do interior vendem, quando as pessoas viajam para lá, é retrogrado querer controlar trabalho aos domingos.”
Setores promissores
“É preciso estar atento aos setores de tecnologia, energia e as fronteiras agrícola e mineral.”
“Hoje em termos de tecnologia temos tanta novidade que temos que estar atualizados e por isso criamos na ACSP a Faculdade do Comércio Digital melhorando o nível da mão de obra na área nas compras, na logística.”
Política
“A minha linha, que é a do PSD, é mais centro, eu sou mais centro-direita por princípio, por formação, por acreditar que a mudança do modelo é liberal, eu prefiro um estado menor, eu prefiro que a nação comande o Estado e não que o Estado comande a nação.”
“Ratinho Júnior é o nosso melhor quadro é um extraordinário governador lá do Paraná. Ele seria o meu eventual candidato preferido se o PSD lançasse um candidato próprio.”