A Academia do Associativismo da CACB deu início esta semana aos eventos de 2021 convidando Gustavo Carrer, head de desenvolvimento de negócios Gunnebo Brasil e editor do portal varejoemdia.com, para destacar Insights sobre a NRF 2021.
A NRF Retail’s Big Show & EXPO é uma feira realizado anualmente em Nova Iorque onde são feitas análises do cenário do varejo no mundo e apresentadas novidades e tendências para o setor no ano que está entrando. Em função da pandemia da Covid-19, este ano o evento foi realizado pela internet.
De acordo com Carrer, para se começar a falar em varejo, é importante entender de gente, do consumidor, do momento que ele está vivendo, em que o contato, que é a cereja do bolo da relação empresa/cliente, está reduzido e que isso vai ter impacto direto nas vendas. “A experiência tem sido um fator determinante, porque o produto em si o consumidor vai achar a qualquer momento nos canais digitais”, afirma.
O especialista destaca que o cenário de crise de 2020 impactou as atividades de varejo em todo o mundo, derrubando o PIB de vários países, aumentando o desemprego , levando o público para o comércio de bairro e reduzindo o tráfego nas lojas em cerca de 50%. Por outro lado, também observamos a expansão de novos formatos, uma maior pressão por eficiência e um forte crescimento do e-commerce.
“Antes da pandemia a gente já observava um movimento de se preocupar com a eficiência operacional, fazer mais com menos, melhorar a performance, e agora esses elementos ganham um peso enorme, porque nesse cenário, cada centavo economizado, seja no comércio eletrônico, seja no físico, faz a diferença hoje”, destaca.
Para Carrer, o WhatsApp foi uma importante ferramenta de estratégia de vendas adotada pelas empresas aqui no Brasil e aponta uma nova aceleração de transformações em 2021. “Com a expansão dos smartphones, as pessoas passaram a ter várias lojas nas mãos e a consumir o tempo todo, no ponto de ônibus, no cinema antes do filme, almoçando… o tal do varejo onipresente que se transformou e uma maravilhosa plataforma de experiência”, diz.
Ele afirma que o setor precisa se ligar nas inovações e entrar no processo de mudança do varejo transacional para o de experiência e recompensas rápidas para o cliente. Para ele, as lojas precisam oferecer novos serviços, personalizar seus produtos e o relacionamento com o consumidor e se utilizar de ferramentas tecnológicas para a redução de perdas, sejam elas quais forem.
E mesmo as lojas que já estão na internet, continua ele, vão precisar entender um universo gigantesco de novas pessoas que entraram nessa onda no último ano e calibrar a comunicação e aperfeiçoar o relacionamento para melhor atender esse novo público.
“O impacto econômico vai levar muito mais tempo para se resolver do que as questões de hábito de consumo. Os clientes não vão abandonar as lojas físicas, mas elas precisarão de mais tecnologia para competir. Inovação, diversidade e equipe engajada, essa é a diferença”, pontuou.
Papel das entidades
Gustavo Carrer encerrou sua fala apontando os desafios que as entidades de representação empresarial devem assumir, de requalificar e capacitar mão de obra, criar um ambiente colaborativo, estimular compras locais e dos pequenos varejistas e liderar as transformações do varejo. “Isso não vai acontecer sozinho e a liderança do processo tem que estar nas mãos de vocês”, afirmou.
A palestra desta semana foi moderada por Ana Rodrigues, consultora do Projeto Transformar, e está disponível na íntegra no nosso canal do YouTube. Clique aqui e assista.