O Balanço de Vendas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) referente à primeira quinzena de janeiro aponta uma queda média de 20% no movimento de vendas do comércio varejista da capital paulista, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Isoladamente, houve quedas de 18,7% nas comercializações a prazo e de 21,4% nas vendas à vista.
Os motivos dos recuos mais acentuados em 2016 são vários. Nas vendas a prazo, as principais causas são a elevação da taxa de juros, a retração do crédito, a baixa confiança do consumidor e a alta do dólar. Alia-se a esses fatores o fim dos incentivos fiscais a eletroeletrônicos como computadores, smartphones e tablets.
Já as vendas à vista foram impactadas substancialmente pela queda da massa salarial e pela elevação do dólar, que encareceu artigos de vestuário e calçados, por exemplo.
A opinião do nobel de economia
Em avaliação feita por Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, o Banco Central brasileiro estrangula a economia.
Às vésperas da reunião do Copom, em que se acredita que o Banco Central (BC) pode subir mais uma vez os juros, Stiglitz comentou:
“Vocês têm uma das mais altas taxas de juros no mundo. Se o Brasil reagisse à queda no preço das exportações com medidas contracíclicas, o país talvez pudesse ter evitado a intensidade da atual crise. Outra questão é que, sempre que ocorrem escândalos de corrupção da magnitude do que acontece agora no Brasil, a economia é jogada para baixo. Isso cria uma espécie de paralisia”, afirmou o economista em entrevista à Agência Estado também publicada no Diário do Comércio.
Comparação mensal
Para fins de comparação, a primeira quinzena de janeiro de 2015 teve queda média de 3,3% em relação ao mesmo período de 2014.
Frente à primeira quinzena de dezembro de 2015, as quedas no movimento do comércio varejista paulistano foram ainda maiores, por fatores sazonais – o Natal e a injeção do 13º salário na economia. Os recuos foram de 33,4% nas vendas a prazo e de 42,3% nas vendas à vista. Na média, o tombo foi de 37,85%. É importante ressaltar que a primeira quinzena de janeiro também teve um dia útil a menos.
“Essas retrações já eram esperadas. Contudo, não podem ser projetadas para o restante do ano, uma vez que há expectativa de alguma melhora a partir do segundo trimestre”, diz Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
Fonte: ACSP