
Cotait foi o entrevistado do podcast Pod Ler | Foto: reprodução do YouTube
“Eu faço política por convicção, na certeza que a minha contribuição é para ajudar a população, ajudar o empreendedorismo, os nossos valores da livre-iniciativa, valores da liberdade de empreender.” Foi assim que Alfredo Cotait Neto, presidente da CACB, se autodefiniu durante a participação no podcast Pod Ler, da editora Matrix. O programa trata sobre livros, sobre os caminhos que as obras percorrem e sobre seus autores. Veiculado toda quinta-feira no YouTube, teve Cotait como convidado no dia 6 de fevereiro.
Na pauta, a biografia de Cotait, A Luta pela Livre-Iniciativa, lançada no final do ano passado. No entanto, a obra serviu apenas como base para o início do bate-papo que durou quase uma hora. A conversa tratou, por exemplo, sobre escala de trabalho. Alfredo pontuou como um problema a baixa produtividade do brasileiro, e explicou que ela está diretamente ligada com a questão educacional. “Tem que ter educação técnica, qualificação profissional”, e lembrou que criou na Associação Comercial de São Paulo (ACSP) uma faculdade, a única no Brasil, para que os trabalhadores se habilitem em comércio digital. “Mas essa qualificação tinha que acontecer numa escala muito maior”, ponderou.
Ao ser questionado sobre a definição do que é ser empreendedor, Alfredo Cotait explicou que todos que geram renda são empreendedores, mas que a “chave do empreendedorismo” é ter um MEI (Microempreendedor Individual) “porque se você tem um MEI, você tem um objetivo, se não tiver é difícil qualificar o trabalhador porque hoje ele está vendendo bala, amanhã está soltando balão. O MEI é o início, o ponto zero para se tornar um empreendedor.”
Para Cotait, atualmente as periferias são um “retrato claro do crescimento do empreendedorismo, os MEIs estão proliferando, uma vocação natural de desenvolver o trabalho sem estar numa estrutura organizada” e a flexibilização no trabalho é uma demanda da sociedade. “Há poucos dias o próprio presidente Lula confessou que o povo quer empreender e não quer mais estar vinculado a estruturas”. E completou: “o que a gente precisa é valorizar a expertise de cada pessoa e estimulá-la”. Falando sobre projetos como o Renda Mínima do ex-senador Eduardo Suplicy, Alfredo Cotait declarou que “trocaria todo esse valor que seria distribuído para o Renda Mínima para educação.”
Na entrevista aos editores Paulo Tadeu Vieira e Aldrin Mazzei, o presidente da CACB falou ainda sobre as reformas Tributária e Trabalhista, consciência política, eleições municipais, processo eleitoral e sobre sua trajetória pessoal como empreendedor, inclusive o ponto de maior reverse na vida empresarial. “Um grande baque foi o confisco do nosso dinheiro (Plano Collor), quando nos largaram com 50 cruzados novos na mão e eu tinha mais de 2.000 funcionários para pagar.” A partir desse momento, Cotait liquidou as empresas e passou a se dedicar ao associativismo. Para saber mais, basta conferir a entrevista aqui no link.