Para presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa a realização do evento demonstra o foco do empresariado gaúcho para reerguer o estado| Foto: Divulgação / Federasul
Bento Gonçalves (RS) foi a sede da vigésima edição do Congresso da Federasul e a terceira edição do Congresso de Mulheres Empreendedoras. O evento, que durou três dias, ocorreu sob o tema “Retomada Econômica do Rio Grande do Sul: reconstruindo com inovação e resiliência” e se propôs a debater estratégias para enfrentar os desafios econômicos do estado após as enchentes que ocorreram no estado.
Com a participação de lideranças empresariais das 189 entidades filiadas à federação gaúcha, que representam mais de 80 mil empresas, o congresso visa atualizar o Manifesto do Empreendedor Gaúcho, lançado em 2023, e discutir o futuro do estado até 2035, ano do bicentenário da Revolução Farroupilha.
O primeiro dia, que começou no final da tarde, foi de em workshops e atividades interativas. As palestras e momentos de conversas começaram no dia seguinte e tiveram foco nas atitudes femininas que influenciam a vida familiar e social, destacando figuras como Viviane Bender, Rosane Roxo e Soraia Schutel.
O presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa, disse que a própria realização do evento demonstra o foco do empresariado gaúcho após a tragédia climática que assolou o estado. “Nesse momento de reconstrução, estarmos aqui. Estávamos pensando, após tudo que passamos em maio, conseguir fazer o Congresso? Mas nós acreditamos que era o certo a se fazer “, afirmou.
Cerca de 43% das lideranças da federação são mulheres. Para a presidente do Conselho da Mulher Empreendedora da Federasul, Simone Leite, isso é bastante significativo e demonstra a importância do evento. “Não tínhamos dúvida em realizar. Mas as inscrições esgotadas dizem o porquê de fazermos”, apontou.
A tarde iniciou com a apresentação de cases, ações adotados pelas entidades filiadas que resultaram em sucesso para a comunidade. O primeiro foi o “Núcleo de Mulheres Empreendedoras SuperAção” da Associação Comercial e Industrial de Encantado (ACI-E). Em seguida, foi o case “Núcleo de Retomada Empresarial” da CICS Canoas.
O próximo painel teve o tema “Convergências nas Políticas Públicas para o resgate através do empreendedorismo”. Entre os participantes estavam os deputados federais Pedro Westphalen e Osmar Terra, o prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Siqueira, o ex-governador do RS, Germano Rigotto, o presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa, e os vice-presidente de Integração e de Infraestrutura da entidade, Rafael Goelzer e Antonio Carlos Bacchieri. O secretário de Desenvolvimento Econômico do RS, Ernani Polo, representando o governador Eduardo Leite, fez uma fala antes do painel.
Na apresentação sobre resiliência empresarial, a diretora-presidente da Corsan, Samara Takimi, e a CEO da Fruky, Aline Eggers, abordaram a importância de um time de executivos de primeira linha e de como um planejamento a longo prazo garante maior sobrevivência.
O último dia do congresso começou com a apresentação do case da ACIST de São Leopoldo, que contou a importância do Boletim Socioeconômico Trimestral e sobre a inserção no mercado de trabalho.
Também foram abordados temas como capacitação, desenvolvimento de habilidades e sustentabilidade, com especialistas como Kika Giordano, Pedro Valério e César Saut, trazendo insights sobre inovação e motivação para reconstruir o estado a partir de branding e outras iniciativas.
Os palestrantes concordaram sobre a necessidade de acreditar no futuro do Rio Grande do Sul, apesar das dificuldades. Saut destacou: “A enchente não vai mexer no nosso futuro,” enquanto Valério reforçou a crença no potencial do Estado: “A gente acredita no potencial do Rio Grande, na tecnologia, na inovação.”
Alfredo Cotait, presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), acredita que deve ser feita uma ação direta para a recuperação das associações comerciais que tiveram suas instalações prejudicadas, para que elas também consigam ajudar, em seus municípios, as empresas locais afetadas: “Foi pedido um relatório das necessidades de cada ACE e com ele será mais fácil de fazer um plano estratégico para minimizar as questões que foram causadas por essa tragédia”.
Para isso, a CACB lançou uma campanha de arrecadação com a Federasul, sob o mote Nossa união, nossa força. Confira mais informações no link.