A nova versão da política industrial brasileira, em tempos de ajuste fiscal, será um programa para melhorar a produtividade de 3.000 empresas de pequeno e médio porte por meio de parcerias com entidades como Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
O ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) afirmou nesta terça-feira (22) que as políticas industriais dos últimos anos foram sacrificadas pela situação macroeconômica. E que seria “temerário” lançar neste momento de ajuste nas políticas fiscal e monetária um programa de gastos e com grandes metas que não seriam alcançadas novamente.
“Vamos tratar a política industrial com um foco mais microeconômico. Programas para melhorar a produtividade, independente de questões de infraestrutura, taxa de juros, melhoria do sistema tributário, que são agendas complexas e que vão demandar tempo”, afirmou.
O governo e seus parceiros vão avaliar o processo de produção dessas empresas e ajudá-las com capacitação e sugestões para mudanças nas formas de gestão, por exemplo. Também é objetivo do governo tornar parte dessas companhias exportadoras.
Em um primeiro momento, serão abordadas empresas dos setores de vestuário, moveleiro, de metal mecânico e alimentos e bebidas.
O ministro afirmou que, posteriormente, a ideia é incluir outros setores e criar ainda uma linha de crédito para que essas empresas possam renovar máquinas e equipamentos. “Não estamos falando de taxas de juros subsidiadas, mas uma linha à luz das condições que temos. Não vamos oferecer algo que no processo de ajuste não seja possível.”
Sobre ações pós ajuste fiscal, que poderiam ser adotadas num prazo de dois anos, o ministro defendeu a desoneração de insumos industriais, como a conta de luz, ao invés de medidas que privilegiem setores eleitos pelo governo.
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