Reunidos esta manhã, em Brasília, os deputados relatores das reformas trabalhista, previdenciária e tributária falaram para uma plateia de empresários, durante o III Fórum Nacional do Comércio. De acordo com Arthur Maia (PPS/BA), relator da reforma da Previdência, a medida é necessária, haja vista à mudança demográfica que o Brasil vive ao longo dos últimos anos. “Há muito mais gente saindo do mercado de trabalho do que entrando. Se continuarmos assim, vamos à falência”, declarou. Segundo Maia, o País já teve um aposentado para 10 trabalhadores. Em 2020, no entanto, este número deve se reduzir a quatro trabalhadores para um aposentado.

Foto: CNDL
Um dos pontos destacados pelo deputado como excelentes justificativas para a reforma é a equidade entre o trabalhador da iniciativa privada e os servidores públicos. “O Brasil vem vivendo nos últimos anos um processo de exacerbação de direitos do servidor em uma condição inimaginável”, disse.
O presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), George Pinheiro, acompanhou o painel. “É importante esclarecermos a importância que têm as reformas na retomada do crescimento do nosso País”, disse.

George Pinheiro na abertura do III Fórum Nacional do Comércio, nesta quarta-feira (24), em Brasília
As alterações nas leis do trabalho entram em vigor em 11 de novembro e há um movimento de magistrados da Justiça do Trabalho contrário à reforma e que tende a tomar decisões contrárias à norma. “Esta é uma questão que já era esperada. Há uma divisão mesmo entre os magistrados e a maioria dos juízes vai cumprir a lei. Mas é importante ressaltar que caso eles tenham algum reparo a fazer em algum artigo, é possível e é legal. Nossa orientação é para que quem se sinta preterido por o juiz tomar alguma decisão contra a norma, que faça o recurso. Vamos lutar para que lei seja aplicada”, disse Rogério Marinho (PMDB/RN), relator da reforma trabalhista na Câmara.
Marinho citou algumas mudanças alcançadas com a reforma e afirmou que a lei foi feita para o Brasil, já que não retira nenhum direito dos trabalhadores. “O maior insumo, o maior aliado que você tem é o seu trabalhador. Conversem com seus empregados e mostrem a eles que a mudança também é boa para eles”, disse.
“Estamos propondo ao Brasil simplificação e modernidade”, destacou Luiz Carlos Hauly (PSDB/PR), relator da reforma tributária. Segundo ele, esta é uma reforma pela qual o País não pode mais esperar. “Quanto mais tributo nos produtos, maiores preços teremos”, disse ao falar sobre o Imposto Sobre Valor Agregado (IVA), um tributo único, que deve substituir outros tantos, como ICMS, IPI, ISS, PIS, Cofins e etc.
“Quem gera emprego no Brasil são os empresários e empreendedores. Temos que assumir uma posição propositiva. Precisamos estar mais unidos e conscientes da força desse setor na economia nacional”, disse Honório Pinheiro, presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e coordenador da Unecs.
“As reformas estruturadoras para um Brasil novo” foi o tema do painel da União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs) durante o III Fórum Nacional do Comércio. A mediação foi feita pelo jornalista da TV Globo, Heraldo Pereira.

João Sanzovo Neto (Abras), Emerson Destro (Abad), George Pinheiro (CACB) e Nabil Sahyoun (Alshop) na abertura do III Fórum Nacional do Comércio, nesta quarta-feira (24), em Brasília
III Fórum Nacional do Comércio
Em clima de festa, começou ontem (24) o III Fórum Nacional do Comércio. Empresários e representantes políticos se reuniram para dar inicio ao evento que irá discutir o papel do varejo para a retomada do crescimento.
Durante a abertura do evento, Honório Pinheiro, destacou a importância das discussões que o Fórum propõe para o crescimento econômico e para a transformação brasileira. “Desejamos que os debates desse evento possam inspirar um movimento de mobilização”, afirmou.
O evento contou com a presença do ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Dyogo Oliveira, e o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg.
*Com informações da CNDL