Em meio à segunda onda da pandemia de covid-19, a atividade econômica brasileira recuou em março, interrompendo uma série de dez meses consecutivos de recuperação. O Banco Central informou nesta quinta-feira, 13, que seu Índice de Atividade (IBC-Br) caiu 1,59% em março ante fevereiro, na série já livre de influências sazonais. Em fevereiro, o indicador havia avançado 1,89% (dado revisado).
Com esse resultado, o índice acumulou alta de 2,27% no primeiro trimestre de 2021 e queda de 3,37% nos 12 meses encerrados em março.
Os efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia, percebidos em fevereiro do ano passado, se intensificaram em todo o mundo a partir de março. Para conter o número de mortos, o Brasil adotou o isolamento social em boa parte do território, o que afetou a atividade econômica. Os efeitos negativos foram percebidos principalmente em março e abril de 2020. Após esse período, o IBC-Br passou a reagir, até que a segunda onda provocasse, no início de 2021, novos fechamentos de empresas.
De fevereiro para março de 2021, o índice de atividade calculado pelo BC passou de 142,43 pontos para 140,16 pontos na série dessazonalizada. Em janeiro, o índice ficou em 139,79 pontos.
Na comparação entre os meses de março de 2021 e março de 2020, houve alta de 6,26% na série sem ajustes sazonais. Nessa série o IBC-Br de março ficou em 145,24.
Conhecido como uma “prévia do BC para o PIB”, o IBC-Br serve como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. A projeção atual do BC para a atividade doméstica em 2021 é de alta de 3,6%.
No Relatório de Mercado Focus divulgado pelo BC na última segunda-feira, 10, a projeção é de alta de 3,21% do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. O documento reúne as projeções dos economistas do mercado financeiro.
Os resultados do IBC-Br, no entanto, nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais do Produto Interno Bruto. O cálculo dos dois é um pouco diferente – o indicador do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos, mas não considera o lado da demanda (incorporado no cálculo do PIB do IBGE).
O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do País. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária.
Fonte: Estadão