Empresários ouvem Michel Temer na Associação Comercial de São Paulo
Grupo fez uma avaliação do governo e falou de perspectivas para os próximos meses; George Pinheiro, presidente da CACB, voltou a defender a candidatura de Guilherme Afif Domingos à Presidência do País

Foto: Beto Barata/PR
Os empresários veem o Brasil como uma nova oportunidade de negócios, disse George Pinheiro, presidente da CACB, em sessão plenária na Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Na ocasião, o presidente da República, Michel Temer, disse que, se ao fim do mandato, conseguir assegurar a segurança do povo, aprovar as reformas e a economia continuar crescendo como está, se poderá dizer que “talvez tenhamos feito o melhor governo que o Brasil conheceu nesses últimos anos”.
O evento foi realizado pela Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de São Paulo (Facesp), e contou com a presença de Guilherme Afif Domingos, presidente do Sebrae; Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp); do deputado federal Walter Ihoshi (PSD/SP); e do anfitrião Alencar Burti, presidente da Facesp e da ACSP.
Durante sua fala, Michel Temer disse que a reforma trabalhista aprovada pelo Congresso Nacional foi uma “modernização extraordinária” nas relações de trabalho do País e defendeu que o melhor caminho para a criação de empregos é estimular o desenvolvimento das empresas. “Incentivar a empregabilidade significa incentivar a iniciativa privada”, disse Temer, afirmando ainda que “nada é mais indigno do que a pessoa desempregada”.
Temer fez um retrospecto de seus quase dois anos à frente do governo federal. “Desde o primeiro momento, nosso objetivo foi introduzir o Brasil no século XXI”, falou, sobre o objetivo de seu mandato. O chefe do Poder Executivo afirmou que assumiu o governo “sob forte oposição”, mas que ― seguindo conselho do publicitário Nizan Guanaes, membro do Conselho Econômico e Social da Presidência da República ―, decidiu fazer uso de sua impopularidade para aprovar reformas necessárias para o País. Assim, empenhou-se em medidas como o teto dos gastos públicos, a reforma trabalhista, a regularização do trabalho terceirizado e a reforma do ensino médio.
“Tínhamos que fazer reformas no País, que sempre foram ansiadas e desejadas, buscadas, divulgadas, faladas, mas jamais executadas. Fizemos a reforma do ensino médio – que parece uma coisa trivial, mas não é; aprovamos o teto dos gastos e modernizamos a legislação trabalhista”, pontuou.
O público, na maioria empresários, ouviram os representantes do comércio afirmarem que este é o momentos para a retomada dos investimentos no País. “O País está fazendo seu dever de casa. Temos feito as reformas que são necessárias e entendo que estamos vivendo um novo momento”, afirmou George Pinheiro. “Vale a pena investir no Brasil. O Brasil continua a ser o País do futuro”, completou Alencar Burti.
Reformas que estão por vir
Sobre a reforma previdenciária, Temer afirmou que não desistiu. “Não é improvável que até setembro as coisas estejam entrando no eixo no Rio de Janeiro e eu faça cessar a intervenção. E aí terei os meses seguintes para aprovar a reforma”.
Já sobre a reforma tributária, comentou que o objetivo é fazer uma “simplificação” em vez de uma reforma. “Se conseguimos assegurar a segurança do povo, a reforma previdenciária e simplificação tributária, podemos dizer que fizemos, toda a modéstia de lado, o melhor governo que o Brasil conheceu nos últimos anos”, concluiu Temer.
Refis
Um dos assuntos mais discutidos pelo setor, desde o fim do ano passado, o Refis da micro e pequena empresa foi citado por Temer ao afirmar ter se reunido com os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, e com o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, para encontrar uma forma de derrubar o veto. “Talvez tenhamos uma solução para que o Poder Executivo não sofra acusação de crime de responsabilidade. Portanto, o governo apoia a queda do veto. Os pequenos empresários fortalecem muito o combate ao desemprego”, declarou.
Reconhecimento

Foto: Beto Barata/PR
Burti reconheceu os “avanços institucionais” promovidos pelo governo Temer, assim como a melhora da economia. “Com a queda da inflação, a redução das taxas de juros e a reação do mercado de trabalho, a população volta a consumir, assegurando a continuidade da retomada, numa demonstração de confiança de que estão imbuídos os brasileiros”, comentou.
Paulo Skaf elogiou o governo Temer nas medidas que tomou para a modernização da economia. “Ninguém acreditava, mas vossa excelência provou que tem relacionamento e competência suficientes para aprovar a reforma trabalhista. Uma grande reforma trabalhista. Não foi diferente na regulamentação do trabalho terceirizado”, citou o presidente da Fiesp, cobrando ainda as reformas previdenciária e tributária.
George Pinheiro disse que jamais duvidou da capacidade do atual presidente da República de aprovar as reformas. “Temos consciência do momento brasileiro e da importância dessas reformas para o Brasil. Com certeza, o senhor será reconhecido como um presidente reformista, tomando a decisão de enfrentar e fazer”, frisou. Ao final de seu discurso, ele defendeu a candidatura de Guilherme Afif Domingos à Presidência do País.
Afif, que atualmente preside o Sebrae, defendeu a importância da derrubada do veto ao Refis das micro e pequenas empresas e a aprovação do projeto ― em tramitação no Congresso ― que cria a Empresa Simples de Crédito, cujo objetivo é regulamentar o empréstimo de pessoas físicas a micro e pequenas empresas de seus municípios.
Ele também reconheceu a habilidade de Temer de aprovar a reforma trabalhista, o teto de gastos e a regularização da terceirização. “Não vamos chorar o leite derramado da reforma da Previdência. Temos que olhar o copo cheio”, frisou.
*Com informações da ACSP e do Palácio do Planalto