No Brasil, cerca de 68% dos empregos formais são gerados pelas Micro e Pequenas Empresas (MPEs). No entanto, o segmento representa apenas 27% do Produto Interno Bruto brasileiro (PIB). Este foi um dos números apresentados pelo presidente da CACB, George Pinheiro, na Cidade do México, durante o painel “Diálogo público-privado ante a ruptura tecnológica”, do qual participou durante o seminário promovido pela Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal) para incentivar a experiência européia na inclusão e no desenvolvimento das MPEs no contexto econômico da América Latina.
Pinheiro também citou a burocracia enfrentada pelos empresários brasileiros, o que torna nosso País um dos piores para se fazer negócios. Sobre o acesso à tecnologia pelas MPEs, Pinheiro disse que os empresários “têm barreiras financeiras e técnicas. As empresas dispõem de pouco ou nenhum recurso financeiro para implementá-lo. Além disso, não dispõem de recursos humanos para realizar melhorias nas MPEs”.
Como soluções para o desenvolvimento dos médios e pequenos no Brasil, o presidente da CACB citou a criação do RedeSimples e do Microempreendedor Individual, o MEI, que desde o início deste mês realiza de forma online todos os procedimentos de gestão junto ao governo federal. Além das medidas que já estão implementadas no Brasil, o presidente citou as ferramentas tecnológicas para simplificação na inscrição e operação dos empreendimentos e apoio à inovação e implementação de novas tecnologias como possíveis soluções:
– A implantação de fibras óticas para ampliar as conexões nas universidades e isntitutos de pesquisa, além de melhorar a qualidade de vida das comunidades.
O governo brasileira deve concluir até o fim deste ano, o Plano Nacional de Internet das Coisas (IoT), que deve beneficiar 76 setores. Um estudo do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, em parceria com o BNDES, aponta que o desenvolvimento tecnológico pode gerar US$ 200 bilhões por ano ao País em 2025. Quatro ambientes prioritários para o uso em larga escala da IoT no País foram identificados pelo estudo: agronegócio, indústria, cidades e saúde.
O setor que larga na frente é o do agronegócio. A projeção é que a produção agrícola nacional pode ser aumentada em 49 milhões de toneladas até 2030, com a adoção de ferramentas de IoT. Na indústria, a previsão é de que a produtividade possa se elevar em até 40% com a melhoria do controle de estoques e da logística, além de haver uma projeção de queda de 20% nos acidentes de trabalho nas indústrias de base.