O presidente da CACB, George Pinheiro, participou nesta quarta-feira (12) do Conexão ACM Especial, evento virtual promovido pela Associação Comercial do Maranhão. Na edição de ontem, os participantes debateram o tema “Reconstrução do varejo: tendências e oportunidades”. Pinheiro foi convidado a falar sobre o papel das entidades empresariais na retomada econômica. O evento faz parte das comemorações pelos 166 anos da ACM, celebrados no dia 21 de agosto.
A união pela defesa dos interesses empresariais, nos níveis municipal, estadual e federal foi defendida pelo presidente da CACB, que como exemplo citou o Comitê de Comércio, Serviço, Varejo, Bares e Restaurantes, coordenado por ele, e que foi criado pelo ministro Paulo Guedes para aproximar os empresários e o governo na busca de solução para superar a crise da Covid-19.
“Essa aproximação tem sido muito importante para superar o momento que estamos e que ainda vamos viver, e que será muito complicado. Somos otimistas e acreditamos, sim, que vamos superar a pandemia, mas antes precisamos trabalhar para que as ações do governo cheguem a quem precisa”, disse.
Segundo Pinheiro, as linhas de crédito oferecidas pelo governo ainda não conseguem chegar a quem interessa. Para ele, o programa que mais chegou perto foi o Pronampe, muito bem administrado, mas com recursos já esgotados. “Por conta das dificuldades, milhões de empresas podem não voltar a abrir as portas e a associação comercial é um espaço muito importante para que os empresários possam buscar orientações neste momento”, apontou.
Para o presidente da ACM, Cristiano Barroso, falar sobre os desafios que o comércio varejista vem enfrentando é muito importante. “Nossa intenção ao final de cada Conexão, que realizamos todas as quartas-feiras, é que o assunto debatido tenha seguimento, direcionamento. O crucial é sairmos daqui mais propositivos”, declarou.
Pedro Robson de Holanda, vice-presidente da ACM e empresário representante do setor de panificação, falou das dificuldades de acesso ao crédito para o pequeno panificador. “Ainda não chegou à maioria, apenas 15% das empresas do setor conseguiram crédito”, disse.
O diretor Comercial do Centro Elétrico, José Gonçalves dos Santos, também diretor da ACM e especialista em gestão para o varejo, comentou as boas práticas adotadas pela sua empresa para mantê-la de pé. Ele conta ter usado os decretos de flexibilização editados pelo governo, que o ajudaram a reabrir as portas com zero demissões. “Os meses de junho e julho já apresentam um crescimento de 8% no setor da construção civil”, apontou.
“Fomos nos adaptando à crise mês a mês. Chegamos a perder 70% do faturamento e hoje faltam cerca de 30% do movimento para voltarmos a um cenário normal”, disse Leopoldo Santos, presidente do Sindicombustíveis.
O diretor presidente do grupo Potiguar, Marcelo Vieira Brasil, disse que as demissões foram mínimas e que o crédito não foi difícil apenas para os pequenos, mas também para os grandes. “Em compensação, a postergação dos impostos deu um alívio muito grande”, completou.
O secretário de Estado de Indústria, Comércio e Energia do Maranhão, Simplício Araújo, falou das ações do governo, chamando atenção para o diálogo entre o setor público e o privado, na busca pela convergência de ações durante a crise. “Temos debatido muito sobre economia, mesmo sabendo que não dá muito para prever o que vai acontecer amanhã”, declarou.