Os ventos estão ficando mais favoráveis, mas a travessia é longa, o barco é pesado e o mar turbulento. Com essa imagem, o economista Estevão Augusto Scripilliti, do Bradesco, iniciou sua apresentação no painel “O Brasil e a importância da solidez financeira para o seu futuro”, no 3° Fórum Nacional CACB Mil, no Rio de Janeiro. “Serão anos de sacrifício que o País vai sofrer e não será com duas ou três reformas que poderemos ultrapassar esse mar revolto”, sustentou.
De acordo com o economista, os sinais de que os ventos estão ficando mais favoráveis é a própria PEC 241 que estabelece limites para o gasto público, em discussão no Congresso Nacional. Com essa medida, segundo ele, será possível estabilizar a relação entre a dívida pública e o PIB e livrar o Brasil da insolvência. “Durante 10 anos, a dívida cresceu duas vezes acima do PIB, o que não trouxe problemas porque as receitas acompanhavam as despesas. Entretanto, com o esgotamento da fonte de recursos do governo federal estourou a maior crise fiscal da história do Brasil. Com a PEC, o País passará a ter a dívida controlada, podendo vir a ter superávit primário a partir de 2020.
Mas somente a PEC não será suficiente para equilibrar as contas, acrescentou. “O maior desafio será a reforma da Previdência Social. Sem essa reforma, não será possível solucionar a crise fiscal”, sentenciou.