ACSP
Wellington Moreira Franco, presidente da Fundação Ulysses Guimarães, vinculada ao PMDB, realizou palestra na manhã de hoje na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), onde apresentou as propostas da fundação para solucionar os principais problemas do País.
“Temos que parar de falar em crise e achar soluções”, frisou Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
A palestra foi realizada durante reunião-conjunta do Conselho Político e Social (COPS), coordenado pelo ex-senador Jorge Bornhausen, e do Conselho de Economia (COE), coordenado pelo economista Roberto Macedo. Contou com a participação dos deputados federais Indio da Costa (PSD-RJ) e Heráclito Fortes (PSB-PI) – ambos conselheiros da ACSP – e de Vilmar Rocha (PSD-GO), ex-deputado federal e secretário estadual de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos de Goiás. Também estiveram presentes conselheiros da ACSP e empresários.
Durante quase uma hora, Moreira Franco abordou questões políticas, econômicas e sociais que, na avaliação do PMBD e da Fundação Ulysses Guimarães, são fundamentais para que o Brasil volte a crescer.
“Vivemos uma crise política que tem uma velocidade muita grande. Eu me surpreendo com a velocidade que os fatos acontecem. Os fatos se atropelam”, afirmou logo no início de sua fala.
Contudo, ele comentou, repetidas vezes, que a principal face das dificuldades atuais do País é de natureza econômica. “Nós estamos vivendo a mais grave crise econômica da nossa história”, disse Moreira Franco, que ainda acrescentou: “Essa crise, lamentavelmente, é resultado de decisões de políticas econômicas equivocadas, erradas”.
O palestrante citou sua passagem pela Secretaria da Aviação Civil (2012-2014), criticando a “visão ideológica” do governo, que determina a participação de 49% da Infraero em concessões do setor, “sendo que a Infraero é uma empresa quebrada”.
Em vários momentos, o ex-ministro destacou o tamanho da crise: “As pessoas estão impacientes. Nunca houve uma intolerância tão grande”.
“Vamos ter que ter muita sensatez, muita prudência, muita razoabilidade para que possamos passar esse período de tal maneira que não se viva uma situação de agravamento”, destacou Moreira Franco, que também foi ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos.
UMA PONTE PARA O FUTURO
Os participantes receberam cópias do documento “Uma ponte para o futuro”, que foi elaborado pelo PMBD e pela Fundação Ulysses Guimarães e consiste em sugestões para superar a crise.
Temas como política fiscal, reforma da previdência, governança pública e formulação orçamentária foram apresentados brevemente. “O documento propõe medidas para um equilíbrio duradouro. Não tem nada de novo, não se trata de uma nova matriz econômica”, esclareceu. “O tempo não trabalha a nosso favor. Quanto mais tempo perdermos, pior”, completou.
Sobre a reforma previdenciária, Franco afirmou que é preciso enfrentar o problema urgentemente, aproveitando os erros do passado. Segundo ele, a previdência pública vive uma situação “catastrófica”.
Já sobre governança, sugeriu a criação de leis que melhorem a gestão de empresas públicas. Citou, como exemplo, a Petrobras: “Por que a presidente tem que indicar o presidente da Petrobras? Temos que colocar regras”, afirmou Franco, reconhecendo que não é uma medida fácil de ser aprovada no Congresso. “Mas está na hora de se colocar essa discussão.”
Ainda sobre esse tema, disse que “a corrupção está colocada definitivamente na agenda do povo brasileiro” e que chegou a limites intoleráveis. “Precisamos de uma reorganização da máquina para que possamos evitar o ilícito”.
IMPEACHMENT
Questionado sobre qual é a posição do PMDB em relação ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, Moreira Franco ressaltou que se trata do instrumento da Constituição mais severo para julgar chefes do executivo, mas não se aprofundou em sua resposta. Disse que o partido ainda vai definir o posicionamento sobre isso e, também, acerca de eventual desembarque do PMDB do governo.
“Nós do PMDB achamos que o problema hoje no Brasil é a economia, o segundo problema é a economia, o terceiro problema é a economia. Temos que encontrar uma solução para a questão econômica urgentemente. E o agravamento da situação custa muito”, defendeu ele.
Fonte: ACSP