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FOCUS

Mercado financeiro baixa de novo previsão de inflação e vê piora do PIB

Previsão dos analistas para IPCA deste ano passou de 7,28% para 7,14%. Expectativa do mercado de recuo do PIB piora para 3,77% em 2016

11 de abril de 2016 às 20:09
Foto: Bia Fanelli/Folha Imagem

Foto: Bia Fanelli/Folha Imagem

Os economistas do mercado financeiro baixaram, pela quinta semana seguida, sua estimativa de inflação para este ano, mas também pioraram a previsão para o “tombo” do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016.

As expectativas foram colhidas na semana passada e divulgadas nesta segunda-feira (11) pelo Banco Central, por meio do relatório de mercado, conhecido como Focus. O levantamento foi feito com mais de 100 instituições financeiras.

Para 2016, a expectativa do mercado para o IPCA, a inflação oficial do país, caiu de 7,28% para 7,14%. Foi a quinta queda seguido do indicador. Apesar da queda, ainda permanece acima do teto de 6,5% do sistema de metas e bem distante do objetivo central de 4,5% fixado para este ano.

Para 2017, a estimativa do mercado financeiro para a inflação também melhorou, passando de 6%, no limite do sistema de metas de inflação, para 5,95%.

A autoridade monetária tem informado que buscará “circunscrever” o IPCA aos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 2016 (ou seja, trazer a taxa para até 6,5%) e, também, fazer convergir a inflação para a meta de 4,5%, em 2017. O mercado financeiro, porém, ainda não acredita que isso acontecerá.

Produto Interno Bruto

Para o PIB de 2016, o mercado financeiro passou a prever uma contração de 3,77% na semana passada, contra uma retração de 3,73% estimada na semana anterior. Foi a décima segunda piora seguida do indicador.

Em 2015, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB brasileiro teve um tombo de 3,8% – o maior em 25 anos. Se a previsão de um novo “encolhimento” se confirmar em 2016, será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos de contração na economia – a série histórica oficial, do IBGE, tem início em 1948.

Para o comportamento do PIB em 2017, os economistas das instituições financeiras mantiveram em 0,30% sua previsão de alta do PIB – que é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia.

Taxa de juros

O mercado financeiro manteve, na semana passada, sua estimativa para o patamar da taxa Selic no fim deste ano em 13,75% ao ano.

Atualmente, a taxa Selic está em 14,25% ao ano. Isso quer dizer que os analistas continuaram projetando corte dos juros no decorrer de 2016.

Já para o fechamento de 2017, a estimativa para a taxa de juros baixou de 12,50% para 12,25% ao ano – o que pressupõe uma queda maior dos juros no ano que vem.

A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. Pelo sistema de metas de inflação brasileiro, a instituição tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados.

As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços.

Câmbio, balança e investimentos

Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2016 ficou estável em R$ 4. Para o fechamento de 2017, a previsão dos economistas para o dólar permaneceu em R$ 4,10.

A projeção para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2016 subiu de US$ 44,8 bilhões para US$ 45 bilhões de resultado positivo. Para o próximo ano, a previsão de superávit permaneceu inalterada em US$ 50 bilhões.

Para 2016, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil ficou inalterada em US$ 55 bilhões e, para 2017, a estimativa dos analistas subiu de US$ 54 bilhões para US$ 55 bilhões.

Fonte: G1

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