O índice de Preços ao Consumidor – Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, ficou em 0,38% no primeiro mês de 2017 – o mais baixo para janeiro da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que teve início em dezembro de 1979. No mesmo mês de 2016, o IPCA havia atingido 1,27%.
[Atualização: O IBGE havia informado às 9h que a taxa de janeiro era a menor para o mês desde 1994. Mais tarde, a informação foi atualizada pelo instituto. Na verdade, a taxa é a menor para janeiro de toda a série histórica do indicador, que foi criada em dezembro de 1979.]
Já na comparação mensal, de dezembro para janeiro, a variação do IPCA ganhou força. No último mês de 2016, a inflação oficial havia fica em 0,3%. O que mais contribuiu para a aceleração do IPCA partiu das tarifas dos ônibus urbanos, que subiram 2,84%, puxadoa pelos reajustes de Brasília (14,75%) e Vitória (15,19%).
Além das tarifas dos ônibus, os preços dos combustíveis também subiram, 1,28. O litro do etanol ficou 3,10% mais caro, assim como o da gasolina: 0,84%.
Mesmo que alguns preços tenham aumentado, o grupo de gastos com transporte registrou forte desaceleração de dezembro para janeiro, de 1,11% para 0,77%. Isso porque as passagens aéreas ficaram bem mais baratas – de uma alta de 26,29% em dezembro, a variação de preços caiu para -7,36%, em janeiro.
Comida mais cara
Na contramão dos transportes, os alimentos registraram taxa maior em janeiro. A alta de preços subiu de 0,08% para 0,35%, influenciados pela alimentação consumida fora de casa (de 0,33% para 0,69%). Na mesma esteira está habitação, cuja queda de 0,59% em dezembro reverteu-se para um aumento de 0,17%.
Entre as regiões analisadas pelo IBGE, a mais elevada partiu de Brasília (0,72%), onde o item ônibus urbano subiu 14,75%. Na outra ponta, está o índice da região metropolitana de Porto Alegre (0,18%).
Juros
O BC vem observando com atenção a inflação de serviços para a condução da política monetária e, em janeiro, ela desacelerou com força a 0,36%, sobre 0,65% em dezembro.
Com a recessão econômica no país e a queda da Selic, as projeções para a inflação este ano vêm se aproximando do centro da meta. Economistas consultados na pesquisa Focus do próprio BC passaram a ver alta de 4,64% do IPCA este ano.
Segundo o presidente do BC, Ilan Goldfajn, a política monetária tem sido efetiva em conter a inflação e ancorar as expectativas. A taxa básica de juros já foi reduzida para 13%, e a expectativa é de novo corte de 0,75 ponto percentual na Selic este mês. Para o ano, a expectativa é de que ela feche em um dígito, a 9,50%.
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), divulgado com o IPCA, também acelerou de 0,14%, em dezembro, para 0,42%, em janeiro. Em 12 meses, o índice desacelerou para 5,44%, ficando abaixo dos 6,58% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em janeiro de 2016 o INPC registrou 1,51%.
Fonte: G1