Os preços da indústria geral fecharam o mês de fevereiro deste ano com deflação (inflação negativa) de 0,58%, uma desaceleração de 1,26 ponto percentual entre um período e outro. Com o resultado de fevereiro, os preços ao produtor (na porta da fábrica) fecharam o primeiro bimestre do ano com variação acumulada de 0,09%, enquanto a taxa acumulada nos últimos doze meses (anualizada) fechou fevereiro com variação de 8,57%, contra 9,99% do acumulada até janeiro.
Os dados do Índice de Preços ao Produtor (IPP) foram divulgados hoje (31), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e indicam que, entre as 24 atividades das indústrias extrativa e de transformação, 10 apresentaram variações positivas de preços, contra 18 do mês anterior.
O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede a evolução dos preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange informações por grandes categorias econômicas, ou seja, bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis e semiduráveis e não duráveis).
Entre as quatro maiores variações observadas em fevereiro estão os produtos das atividades de refino de petróleo e produtos de álcool, cuja taxa fechou com deflação de 3,06%; bebidas (-2,02%); outros produtos químicos (-1,85%); e confecção de artigos do vestuário e acessórios (2,05%).
Já refino de petróleo e produtos de álcool, com -0,32 ponto percentual; outros produtos químicos (-0,20 ponto percentual; alimentos (0,07 ponto percentual); e bebidas (-0,06 ponto percentual), foram as atividades que exerceram as maiores influências para que o IPP fechasse fevereiro com deflação de 0,58%.
Variações por atividade
Entre as 24 atividades das indústrias extrativas e de transformação, 10 apresentaram variações positivas de preços, contra 18 do mês anterior, com destaque para o setor de Extrativas, cujas industriais indústrias mantiveram a tendência de queda em seus preços pelo quarto mês seguido, registrando uma variação de -1,13% em relação a janeiro.
O setor apresentou, em módulo, a maior variação acumulada no ano (-15,40%), superior ao observado para as demais atividades pesquisadas. A variação negativa dos preços do setor no ano teve também a maior influência observada (-0,42 ponto percentual) sobre a variação verificada para a indústria em geral, em 2016.
Já a variação de preços observada nos alimentos, entre janeiro e fevereiro, de 0,33%, foi a menor taxa desde os 0,13% de junho de 2015. Com esse aumento, a variação positiva acumulada chegou a 1,95%. Já na comparação com fevereiro de 2015, a variação é de 15,67%. Com esses resultados, em termos de influência, o setor desponta como a principal influência positiva nos três indicadores avaliados.
Com uma queda média de preços ao produtor da ordem de 2,02% em fevereiro, o setor de bebidas passou a acumular queda de 3,66% no primeiro bimestre do ano. Embora o índice do setor, acumule um aumento de 5,29% com relação a fevereiro de 2015, fechou fevereiro deste ano com a quarta queda seguida dos preços ao produtor, que teve uma alta de 9,57% em outubro de 2015. A variação negativa nos preços ao produtor deve-se, em parte, segundo o IBGE, a uma redução de consumo (menor demanda interna).
Por sua vez, o setor de refino de petróleo e produtos de álcool, ao registrar deflação de -3,06% de janeiro para fevereiro, teve a maior variação negativa de preços observada em toda a série. Com ela, o acumulado no ano chegou a -3,63%, maior valor negativo já observado no mesmo mês ao longo da série.
Entre os produtos de maior influência nesta base de comparação três são derivados de petróleo e todos (óleo diesel e outros óleos combustíveis, naftas e querosene de aviação) com influência negativa.
O IBGE esclareceu que a influência positiva do álcool etílico (anidro ou hidratado) é compatível com o período de entressafra da cana-de-açúcar. A influência dos quatro produtos destacados foi de -2,93 ponto percentual.
Até mesmo veículos automotores, depois de terem tido a maior variação da série (2,13%, em janeiro de 2016), na comparação com o mês anterior, os preços dos produtos do setor recuaram 0,04%. Com isso, o acumulado no ano recuou de 2,13% para 2,09%.
No acumulado
A alta acumulada de 8,57% em fevereiro na taxa anualizada teve entre as quatro maiores variações de preços as atividades de equipamentos de transporte, cuja inflação acumulada chegou a 30,62%; fumo (26,40%); papel e celulose (18,07%); e a Indústrias extrativas, que neste caso fechou com inflação negativa de 24,15%.
Já por influência, o IBGE destacou os setores de alimentos, com contribuição de 3 pontos percentuais para a deflação de 0, 58%; outros produtos químicos (1,55 ponto percentual); Indústrias extrativas (-0,81 ponto); e veículos automotores (0,69 ponto percentual).
Já entre as grandes categorias econômicas, bens intermediários fechou fevereiro com deflação de 1,38% em relação a janeiro; bens de capital (-0,40%); e bens de consumo com 0,67%. Neste caso, 0,5% foi a variação observada em bens de consumo duráveis e 0,72% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis.
Ainda entre as grandes categorias econômicas a principal influência foi exercida pela variação negativa de 0,04 ponto percentual em bens de capital; de -0,78 pontos percentuais em bens intermediários e 0,23 pontos percentuais em bens de consumo. Neste caso, 0,19 ponto percentual diz respeito à variação de preço observada em bens de consumo semiduráveis e não duráveis e 0,04 pontos a bens de consumo duráveis.
Fonte: Agência Brasil