Segundo estimativa da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap), os feriados de 2017 podem resultar numa perda de faturamento ao comércio do Paraná de R$ 13,7 bilhões. Em comparação com 2016, são quase R$ 2,5 bilhões a mais, o mesmo que 36%. Ao todo serão dez feriados ou pontos facultativos nacionais, sendo que neste ano teremos mais feriados que devem facilitar as chamadas “emendas”, quando caem em dias próximos ao final de semana e permitem que muita gente tenha mais dias de folga.
Para o diretor comercial da Faciap, Edson Araújo Filho, ainda assim, o comércio espera ter um ano melhor. “Considerando que este é um ano em que o comércio espera recuperar-se do fraco desempenho de 2016, o número de feriados durante a semana frustra, em partes, essa expectativa. Mas acreditamos que, mesmo assim, conseguiremos bons resultados”.
O assessor econômico da Faciap, Arthur Igreja, também acredita que este não é o momento ideal para tantos feriados. “Tudo o que estamos precisando é de retomada da economia. E com tantos dias de folga, a economia se mexe menos”, diz ele.
E não são apenas os empresários que estão preocupados com isso, segundo Arthur Igreja. A população também está mais consciente de que o ano no Brasil não pode começar só depois do Carnaval. “No geral, as pessoas entenderam que, o mais importante nesse momento, é que a economia gire. Por isso, querem mesmo é oportunidade de trabalho. Esse estigma de que o ano só começa depois do carnaval está acabando”.
O outro lado
Enquanto em alguns setores, o número maior de feriados prolongados representa prejuízo, para outros, é sinal de aquecimento. Segundo o Ministério do Turismo, as viagens nos fins de semana prolongados por feriados que caem na segunda, terça, quinta ou sexta-feira devem injetar R$ 21 bilhões a mais na economia em 2017.
A diretora do Hotel Continental Inn Cataratas, de Foz do Iguaçu, Manuele Fritzen, afirma que, para 2017, há uma estimativa de que o setor turístico da cidade cresça em aproximadamente 12% em comparação a 2016, com o número de feriados prolongados. “Estamos intensificando os programas de treinamento da equipe, para aprimorar o atendimento aos hóspedes, as ações comerciais e os programas que promovam a antecipação das reservas”, afirma ela.
Segundo Manuele Fritzen, a crise auxiliou todo o setor a fazer o dever de casa. “De acordo com os números do Parque Nacional do Iguaçu, o ano de 2016 foi ruim para Foz, com queda de 5% no número de visitantes. Por isso, tivemos que redesenhar processos para diminuir os custos sem que a qualidade fosse perdida, e adiamos investimentos”, conta ela. “Em 2017, com os feriados e o aumento da confiança do turista, esperamos recuperar o número de visitantes”.