Empreender
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O conceito de sustentabilidade tem sido amplamente debatido na sociedade por aspectos de impacto ambiental e também mercadológicos. Na moda, esta característica tem estado entre as tendências de mercado, principalmente, no contexto pós-pandemia, quando foi fortemente impulsionado pelas mudanças comportamentais e nos hábitos de consumo desencadeadas pelo isolamento social.
A tendência afeta dos mercados até o posicionamento central de marcas globais, alcançando patamares comerciais não vistos antes. De acordo com relatório divulgado pela empresa de pesquisa Research And Markets, o crescimento mundial do setor deve passar de 6,3 bilhões de dólares, em 2019, para $8,2 bilhões de dólares, em 2023. É previsto que, entre 2025 e 2030, esse número possa chegar a 15,2 bilhões de dólares. Os dados apontam, portanto, que investir em sustentabilidade é bom não apenas para o meio ambiente, mas também para o futuro da indústria em questão.
Para Itamar Manso, Vice-Presidente da Micro e Pequena Empresa da CACB, as pessoas tem estado mais conscientes sobre como seu consumo afeta diretamente o meio ambiente. “A implantação de medidas sustentáveis é uma realidade mundial neste setor, que possui elevado nível de poluição. Por isso, é válido frisar a importância de pensar desde o material utilizado, como também em metodologias de produção de menor impacto e disseminação de consciência sobre o descarte e reutilização de peças que, além de ajudar a cuidar do planeta, geram até oportunidades de mercado”, afirma.
Segundo a Economist Intelligence Unit (EIU), as buscas na internet por produtos sustentáveis, englobando mais de 54 países, tiveram crescimento de 71% no período entre 2016 e 2021. Ainda, o estudo aponta que, no Brasil, os tuítes relacionados ao assunto aumentaram 82% no período analisado e o volume de notícias cresceu 60%.
Ademais, a moda é a segunda indústria mais poluente do mundo, em consequência a um modelo acelerado de produção, consumo e descarte. Além do aumento dos gases de efeito estufa, o setor impacta fortemente os recursos hídricos. De acordo com dados da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), em um ano a indústria utiliza 93 bilhões de metros cúbicos de água e descarta meio milhão de toneladas de microfibras – o equivalente a 3 milhões de barris de petróleo – no mar.
Afinal, o que é moda sustentável?
A moda sustentável considera o impacto social e ecológico da produção até a comercialização da peça. A sustentabilidade deve ser considerada durante a concepção do produto e fases de fabricação, também na gestão da cadeia de suprimentos, especialmente na integração de objetivos e comunicação entre produtores e varejistas.
Assim, a moda sustentável preza pelo respeito ao meio ambiente e à sociedade, valorizando as pessoas envolvidas no processo produtivo e incentivando o consumo consciente em todas as suas etapas.
Novos nichos de mercado
A moda sustentável surge como um novo nicho de mercado oferecendo diferentes alternativas ao consumidor, podendo ser aplicado de diversas formas por empreendedores. A característica pode vir a partir da produção do produto desde sua matéria-prima, ou seja, por meio da utilização de materiais alternativos, naturais renováveis ou recicláveis; também pelas práticas de produção e processos aplicados, como a busca pela redução de resíduos produzidos da indústria tradicional.
Bem como proporciona o surgimento de alternativas que permitam prolongar a vida útil das roupas e reutilizá-las pela disseminação de uma consciência, estabelecendo uma nova lógica de consumo. Por exemplo, a venda de produtos em segunda mão, empréstimo, aluguel, permuta, lugares de troca, entre outros.