Empreender
Empreender
Atualmente, o programa AL-Invest 5.0 é um dos projetos internacionais desenvolvidos pela Confederação das Associações Comerciais do Brasil (CACB) com foco no crescimento das micro e pequenas empresas do país e na consolidação de núcleos setoriais do Programa Empreender.
O AL-Invest é o maior programa de cooperação internacional da União Europeia para o setor produtivo da América Latina, executado por um consórcio formado pela CACB e outras seis entidades, cujo objetivo é combater a pobreza e chegar a 18 países. Para tanto, são investidos recursos em ações que ajudem empresários a melhorar a produtividade e a competitividade, limitados a 50% do valor da atividade prevista. A diferença financeira deve ser bancada pela entidade proponente, como contrapartida. Ou seja, o AL-Invest paga metade, favorecendo a realização de projetos voltados para fortalecer o pequeno negócio.
Já o Empreender é um programa da CACB, com apoio do Sebrae, que estimula o associativismo, reunindo empresas de um mesmo segmento em núcleos setoriais vinculados a uma entidade empresarial e nos quais os empresários brasileiros buscam soluções coletivas para problemas comuns, com orientação de um consultor.
O Empreender funciona no Brasil há mais de 20 anos e a experiência bem sucedida acabou sendo levada para outros países e resultou em projetos com entidades internacionais, como a Sequa, da Alemanha, especialista na metodologia de núcleos. O resultado mais recente desse sucesso se reflete na parceria com a União Europeia, no AL-Invest.
Pioneirismo do Empreender Internacional
Graças aos resultados obtidos no Brasil com o programa Empreender, a CACB e o Sebrae promoveram, no período de 2007 a 2009, um projeto inovador: o Empreender Internacional. Teve como objetivo a implementação da metodologia do Empreender em diversos países da América Latina, com foco no fortalecimento das MPEs dos países selecionados e no estreitamento das relações com as entidades empresariais.
Os pioneiros no projeto foram Bolívia, Colômbia e Peru. O vice-presidente da MPE da CACB, Luis Carlos Furtado, fez visitas às entidades empresariais dos três países. Ele conta que, em algumas delas, a cultura de associativismo já era presente, como no caso da Câmara de Indústria, Comércio, Serviços e Turismo de Santa Cruz (Cainco), da Bolívia, atual líder do consórcio executor do AL-Invest 5.0. Nos demais países, porém, foi necessário um esforço maior para enfatizar a importância da parceria.
O vice-presidente destacou, também, a importância do contato com os empreendedores locais: “Houve uma interação muito grande com os empresários, principalmente os de fronteira. Acreditar nesse projeto vitorioso, que é o Empreender, nos proporcionou a expansão do uso da nossa metodologia e o surgimento de muitas amizades na América Latina”, conclui.
Além da parte técnica, a credibilidade da CACB no cenário internacional cresceu. Furtado reforça: “Hoje, temos a responsabilidade de coordenar o AL-Invest no Brasil em função do trabalho que foi iniciado lá atrás”.
O ex-diretor técnico do Sebrae, responsável pela implementação do Empreender Internacional na época, Carlos Alberto dos Santos, elogia os frutos do trabalho realizado: “É sempre muito bom ver o que é feito com muito esforço, perseverança, profissionalismo e engajamento dar resultados tão positivos”, comemora.
Futuro cosmopolita
Outro país que recebeu a metodologia do Empreender de forma eficiente foi o Timor Leste. Mais de mil micro e pequenas empresas desse jovem país asiático foram beneficiadas em 7 anos de programa, com a orientação da ex-coordenadora do Empreender no Maranhão, Maria da Penha Pacífico, que comandou a consultoria de empreendedorismo à Câmara de Comércio e às entidades empresariais locais.
Segundo Carlos Rezende, coordenador executivo da CACB e coordenador nacional do Empreender, a CACB avalia a possibilidade de apoiar outras ações nesse e em outros países, através da identificação de parceiros que possam apoiar financeiramente o desenvolvimento de tais atividades. “A expertise da CACB em iniciativas de fortalecimento das empresas, por meio de núcleos setoriais, e das entidades empresariais, bem como no desenvolvimento local, será um diferencial para estreitar relações e ajudar nesse processo”.
Por Joana de Albuquerque e Katiuscia Sotomayor – Assessoria de Comunicação do Empreender/AL-Invest 5.0