Empreender
Empreender
O Brasil é o 5º maior produtor de vinhos do Hemisfério Sul, com aproximadamente 78 mil hectares plantados e produção anual de 1,5 milhão de toneladas de uvas, segundo dados da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). No Dia Mundial do Vinho, comemorado em 18 de fevereiro, os produtores brasileiros têm muito a se orgulhar. Cada vez mais, os rótulos brasileiros vêm sendo premiados em eventos nacionais e até internacionais.
Prova disso é um grupo de 12 empreendedores da Vinícola Brasília, da região do PAD-DF, no Distrito Federal, que pretende se tornar referência na produção de vinhos de qualidade e na venda de experiências enogastronômicas em nível nacional e internacional. O grupo faz parte do programa Empreender, executado pela CACB e Sebrae, e teve um de seus rótulos eleito como um dos 16 mais representativos na Avaliação Nacional de Vinhos da safra de 2023. É a primeira vez na história do concurso que uma amostra que não foi elaborada no Rio Grande do Sul ou em Santa Catarina figura na lista.
“A conquista é um reconhecimento importante para uma região nova na produção vitivinícola e uma vitória para todos os vinhos de inverno, que são cada vez mais apreciados”, afirma a consultora do projeto, Patrícia Rego. Ela explica que essa classificação se refere ao sistema de produção de dupla poda ou ciclo invertido, no qual a maturação e a colheita acontecem no período de Outono/Inverno – diferente do que ocorre no Sul do país, quando este processo se dá no Verão.
Da produção à comercialização
Patrícia destaca que a iniciativa vem sendo desenvolvida desde 2021 e tem como objetivo orientar os produtores da vinícola sobre como trilhar o caminho da produção, vinificação e comercialização. O trabalho está dividido em quatro fases: formação, organização, definição do perfil dos vinhos, posicionamento no mercado, precificação e estratégias para a sustentabilidade.
“A proposta é auxiliar nas técnicas de produção e em estratégias mercadológicas sempre com atenção à sustentabilidade e respeito ao ecossistema da região. Nesse sentido, serão feitos planos de reciclagem e reutilização dos resíduos da vinícola, do vinhedo e do enoturismo”, aponta o superintendente da CACB, Carlos Alberto Rezende.
Entre os resultados esperados estão, pelo menos, cinco pontos de comercialização, além das estratégias mercadológicas para venda e distribuição dos produtos, assim como a inserção dos rótulos nos mercados nacionais e internacionais. O trabalho também inclui a análise laboratorial das amostras de vinhos branco e rosé da safra 2023, que serão enviadas para degustação pelo corpo técnico do Viti Oeno.