Empreender
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A Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) reuniu, em Brasília, nas últimas quarta e quinta-feira (7 e 8/12), representantes de Federações e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) de seis estados para debater sobre iniciativas voltadas para o desenvolvimento das ACEs e apresentar resultados obtidos pelas entidades de suas regiões.. Também foi feita uma rodada de diálogos com proposições de ações a serem implementadas em 2023 pela Confederação e seus associados.
Estiveram presentes membros das Federações e do Sebrae do Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Santa Catarina e Paraná. O primeiro dia foi marcado pelas apresentações das iniciativas implementadas pelas entidades em seus respectivos estados. Também prestigiaram a ocasião César Rissete, gerente da Unidade de Competitividade do Sebrae, Patrícia Mayana, coordenadora de Comércio e Serviços do Sebrae Nacional, e o vice-presidente da Micro e Pequena Empresa da CACB, Itamar Manso.
O superintendente da CACB, Carlos Rezende, acompanhou toda a reunião. De início, fez uma apresentação sobre a história das Associações Comerciais no Brasil e como sua atuação foi sofrendo alterações ao longo das décadas, evoluindo para o modelo que conhecemos hoje. Ele pontuou para os participantes sobre o importante papel dos colaboradores no desenvolvimento das entidades por meio de interações junto à diretoria e ao presidente
Em meio às discussões, foi destacado pelo superintendente da Faciap, Márcio Vieira, a necessidade de implementar uma cultura de gestão nas ACEs. “A base central é o diagnóstico, que vai ditar todas as áreas em que vamos atuar”, relatou. Outro ponto destacado nos diálogos, foi o desafio enfrentado quanto à rotatividade na direção das entidades por todo o Brasil, inclusive para reconhecer e dar espaço para o devido desenvolvimento dos trabalhos.
Fortalecimento da cultura associativista
O resgate e o fortalecimento da cultura associativista não saiu da pauta. Integrantes do Sebrae compactuam com a visão dos executivos das Federações de melhorar o ambiente de negócios para as entidades, para, assim, gerar uma melhor proposta de valor para os associados.
O coordenador estadual de projetos e desenvolvimento de filiadas da Facesp, Nelson Anjudar, enfatiza que as associações precisam se aproximar dos empresários, também destacou a importância das parcerias para que isso aconteça. “A gente pode trabalhar melhor se tiver ações em conjunto”, pontua.
“Vamos olhar para as nossas ACEs, a nossa base e os empresários. Sem uma Associação fortalecida, não temos uma Federação e nem uma Confederação fortes”, afirma Cleide Ribeiro, coordenadora do programa Empreender da Federaminas.
Para César Rissete, gerente da Unidade de Competitividade do Sebrae, a parceria entre as entidades deve avançar para implementação de, cada vez mais, iniciativas que abarquem as necessidades das ACEs e dos empresários. Ele enfatizou também a necessidade da administração nacional de conhecer a realidade das regiões para a realização de um trabalho conjunto.
“É necessário que a gente tenha sistemas de representação empresarial cada vez mais fortes. Um país como o Brasil é composto majoritariamente por micro e pequenas empresas, por isso, precisamos de uma representatividade empresarial que dê a sustentação para os pequenos negócios”, destacou.
Para a coordenadora de Comércio e Serviços do Sebrae Nacional, Patrícia Mayana, é possível estimular ações nos estados a partir de um convênio nacional, proporcionando um maior envolvimento nas unidades federativas para fomento do Empreender. “Queremos ver o fortalecimento da representatividade e expansão para regiões que não têm essa cultura do associativismo fortalecida, como no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, por essa razão, lançamos uma chamada para isso”, relata.
Diagnóstico das entidades para capacitação de presidentes e técnicos
Entre as ações destacadas para o próximo ano, está a realização de um diagnóstico para reconhecimento da realidade das entidades. A partir dos dados a serem coletados, as entidades, juntamente com a CACB e o Sebrae, terão insumos para trabalhar a sensibilização de lideranças das ACEs, bem como da Diretoria quanto às necessidades existentes e a melhoria dos serviços oferecidos.
“Precisamos resgatar o associativismo e melhorar o ambiente de negócios para, assim, termos uma melhor proposta de valor. Visamos repaginar o portifólio e desenvolver novos negócios, mas, para isso, precisamos nos conhecer, por isso a importância do diagnóstico que vem a ser feito”, pontuou Maurici Gomes, diretor de serviços da CACB.
Ele ainda destacou que o viés de negócios é de extrema importância, pois sem viabilidade financeira, não é possível manter as entidades. Assim, para isso, acredita no investimento na transformação digital para oferecer novas oportunidades.
Portanto, o material sobre o diagnóstico vai ser elaborado em conjunto entre as Federações, a CACB e o Sebrae, depois irá ser validado por todos os proponentes para iniciar sua aplicação no primeiro semestre do próximo ano.
Processo de formação de lideranças inclusivo
Outro ponto destacado nos diálogos é a formação de líderes preparados para atuação nas entidades, bem como em seus próprios negócios. No Paraná, o programa Polo de Liderança, apresentado por Rosangela Angonese, do Sebrae-PR, propõe desenvolver, absorver e disseminar conhecimento por meio da formação de líderes.
Para Rosangela, é preciso ter um projeto de liderança inclusivo que integre o associativismo. “Quando a gente fala em liderança, a gente precisa começar pela mudança de mentalidade, dos que são líderes, os que querem ser líderes e os que são liderados. A gente tem não só uma sensibilização, mas uma formação de um modelo de líder que as entidades precisam”, afirma.
A metodologia dos treinamentos foi desenvolvida a partir de mapeamento feito em todo o Brasil, resultando em 14 perfis, por competências, do que um líder tem que ter. Assim, atualmente, o programa conta com portifólio com 11 produtos e soluções disponíveis.