Através do associativismo, empresas de todos os portes e setores podem buscar melhores condições e benefícios que não encontrariam se não houvesse um grupo organizado trabalhando nesse sentido. É o que pensa Bruno Quick, diretor Técnico do Sebrae Nacional, parceiro da CACB em ações de fortalecimento da micro e da pequena empresa no país.
Agora, as entidades se unem para, também, fortalecerem a atuação das Associações Comerciais do Brasil. Para Bruno, o associativismo é uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento local, principalmente nos municípios. Segundo ele, é por meio das associações de empresários e cooperativas, por exemplo, que se criam pontes entre as micro e pequenas empresas e as instituições organizadas e o poder público. “Nós, do Sebrae, acreditamos que a união dos donos de pequenos negócios pode ajudar a alcançar, com mais facilidade, determinados objetivos e resultados mais sólidos, além de favorecer o ambiente de negócios de maneira geral”, afirma.
De acordo com o superintendente da CACB, Carlos Rezende, a Confederação e o Sebrae têm um convênio que prevê a melhoria da representatividade das ACEs, que vai atuar em três frentes. “A ideia, não necessariamente nesta ordem, é contribuir para a sustentabilidade das entidades, por meio da melhoria ou implementação de novos serviços alinhados às estratégias da CACB; oferecer serviços melhores para os associados que justifiquem sua manutenção como filiados; e aprofundar a relação entre o Sebrae e o sistema de ACEs, com vistas a potencializar o atendimento às MPEs”, explica.
Nesta semana, o Sebrae e a CACB realizam, em Brasília um encontro entre representantes do Sebrae e de Federações para trocarem experiências sobre projetos de fortalecimento das ACEs bem sucedidos. Os estados da Bahia, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e São Paulo estão entre os participantes e, a partir de hoje, publicaremos em nosso site textos sobre como cada uma das entidades têm atuado.
Em Minas Gerais, a Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Minas Gerais (Federaminas) atuou, ao longo de todo o ano de 2022, com o projeto Associativismo 4.0, que atendeu 36 ACEs e realizou mais de 900 horas de consultoria. “Quando ainda era diretor, nosso atual presidente, Valmir Rodrigues, apresentou a proposta de amadurecimento do sistema associativista do estado, por entender que desenvolver as entidades, também seria desenvolver o comércio”, conta a gestora de projetos da Federaminas, Duda Torres.
Segundo ela, o projeto Transformar, também desenvolvido entre a CACB e o Sebrae em 2020, auge da pandemia de Covid-19, e que atendeu nove ACEs mineiras, deu início à execução do Associativismo 4.0, por ter objetivos em comum. Depois disso, pontua, o ambiente ficou mais fértil e sentiu-se a necessidade de se avançar com as ações.
A mensuração dos resultados ainda não foi concluída, mas, segundo Duda, já se observa um nível de maturidade maior entre as entidades participantes, além da melhoria em práticas de gestão e melhoria do ambiente de negócios em diversos municípios. “Finalizado o Associativismo 4.0 agora no fim do ano, a expectativa é de que façamos uma segunda etapa, em que serão enviados consultores a cada entidade participante, em vistas de desenvolver a agenda in loco”, explica.
Para o presidente da Federaminas, Valmir Rodrigues, o projeto tem importância por buscar desenvolver municípios e ACEs dentro do seu ambiente e da sua necessidade e, a partir daí, encontrar produtos e benefícios que atendam aquela comunidade. “Algo muito específico, que faz com que os resultados sejam alcançados de forma mais rápida”, afirma.
Já em São Paulo, o Plano de Fortalecimento da Rede Facesp (PFor) foi criado para oferecer condições econômicas e estruturais para que as Associações Comerciais possam crescer e se desenvolver, tendo como ponto de apoio o trabalho do agente de desenvolvimento regional e do vice-presidente regional da Federação.
De acordo com Nelson Andujar de Oliveira, coordenador de Desenvolvimento de Filiadas à Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), as ACEs paulistas estão dividas em grupos, por região, em que cada uma possui um vice-presidente regional. Cada uma dessas regionais tem um consultor à disposição, para visitar, periodicamente, as Associações, avaliando como anda a gestão delas, na parte burocrática, de serviços ou de representatividade.
“A Facesp, há bastante tempo, já havia percebido essa necessidade, mas o projeto só começou a caminhar, de fato, na atual gestão, do presidente Alfredo Cotait Neto, quando ampliamos o número de agentes e o implantamos de forma mais efetiva”, diz Nelson.
O projeto já apresentou algum tipo de resultado positivo para mais de 90% das ACEs consideradas pequenas, o que equivale, na rede Facesp, a 223 entidades. “O PFor possibilitou que ao menos um novo serviço/produto, do portfólio oferecido à rede pela Federação, esteja em funcionamento na ACE atendida pelo programa. São soluções inovadoras que auxiliam no negócio dos associados. E o melhor de tudo, é que este novo produto está gerando nova receita para a entidade”, diz o superintendente-geral da Facesp, Natanael Miranda dos Anjos.
Para o presidente da Facesp, da Associação Comercial de São Paulo e da CACB, com o projeto, a rede passa a ter consciência das suas necessidades. “As ACEs passam a ter maior visbilidade, a receita começa a acontecer e novos associados começam a chegar. Isso representa um crescimento financeiro, institucional, além de um acentudado desenvolvimento comercial nos municípios. E é assim que a Associação cumpre seu papel na sociedade”, destaca Alfredo Cotait Neto.
Prêmio ACMais
Antes do PFor, a Facesp já premia, anualmente, Associações Comerciais com o prêmio ACMais, dividido em quatro categorias: gestão, desenvolvimento local, produtos e serviços e Boa Vista Serviços. Os prêmios são divididos também pelo porte das entidades: pequena, média ou grande. “Temos uma ferramenta chamada Programa de Desenvolvimento Organizacional (PDO) em que as ACEs atualizam um sistema com informações que nos dão condições, no final do ano, de criar um ranking e avaliá-las”, explica Nelson.
A próxima edição do prêmio acontece em março, quando a Facesp voltará a realizar seu Congresso, após a pandemia.