Empreender
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O Brasil passa por uma crise energética que coloca em risco o abastecimento de energia da população, das instituições e das empresas do País. Uma consequência já sentida pelos brasileiros é o aumento na conta de energia elétrica, que, dentro das empresas, acelera a busca por alternativas de redução de custos e fontes de eficiência energética.
Essa demanda se soma ao movimento que as empresas já estavam fazendo para a economia de energia e a redução de seu impacto ambiental, pautado nos conceitos da Economia Verde e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), uma agenda global que compreende 17 objetivos e 169 metas a serem atingidas até 2030, adotada pelos 193 Estados-membros da Organização das Nações Unidas, entre eles o Brasil.
Diversos setores da sociedade procuram alinhar suas ações com a agenda dos ODS. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), por exemplo, tem concentrado esforços no investimento e na facilitação de desenvolvimentos regulatórios em eficiência energética, energia renovável, transporte sustentável e armazenamento de energia.
O Programa de Economia de Energia Garantida (Energy Savings Insurance – ESI, em inglês) é uma iniciativa do BID que facilita a implementação de projetos de eficiência energética para ampliar, expandir e diversificar fontes de energia limpa em empresas de diversos países. O programa visa a minimizar o risco de investimento por meio de quatro instrumentos:
Contrato de desempenho entre a empresa contratante e a fornecedora de energia- formaliza as condições do projeto e estabelece metas claras de desempenho. É apoiado por uma apólice de seguro que pode ser ativada quando a economia ou geração de energia prevista não for cumprida.
Seguro de desempenho energético– a fornecedora de energia é responsável pela contratação de um seguro, que compensa financeiramente a empresa contratante caso as metas previstas no contrato não sejam cumpridas. No Brasil, o Programa ESI trabalha com a Kovr Seguradora, pioneira no desenvolvimento do seguro de desempenho energético.
Apoio financeiro– os clientes ou investidores são direcionados a instituições financeiras interessadas em criar um mercado e uma carteira de projetos de eficiência energética. O cliente solicita ao banco um empréstimo para o financiamento de seu projeto.
Validação técnica– é efetuada por uma entidade independente com vasta experiência na certificação de projetos. No caso do Brasil, é a ABNT.
O BID fez uma parceria com os principais atores “verdes” para catalisar investimentos na região da América Latina e Caribe. O BID está promovendo e expandindo a energia sustentável com o apoio do Governo da Dinamarca através da Agência Dinamarquesa de Energia.
No Brasil, o Programa ESI é implementado em cooperação com três bancos públicos de desenvolvimento: BRDE (do Rio Grande do Sul), Bandes (do Espírito Santo) e Goiás Fomento. Além disso, há espaço para parcerias com outras instituições financeiras.
Conheça o Programa ESI em dois minutos
Programa ESI e Sistema CACB
Na quarta-feira, 22/9, a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) reunirá os coordenadores e gestores do programa Empreender para apresentar a iniciativa do BID e discutir a implementação nas empresas vinculadas ao Sistema CACB, que possui grande capilaridade por meio das Associações Comerciais.
Estuda-se a aplicação de uma pesquisa junto aos empresários do Sistema, com o objetivo de identificar necessidades, demandas e expectativas dos empresários em relação à adoção de energia limpa e mecanismos de eficiência energética dentro das empresas. A consolidação de dados, por meio da pesquisa, indicaria como a CACB e o BID podem apoiar e oferecer alternativas aos empresários diante da crise energética.
Cooperativa gera desconto na conta de luz para empresas no Paraná
Para fomentar e disseminar iniciativas para a diminuição da conta de luz das empresas paranaenses, a Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná (Caciopar) fechou uma parceria com a cooperativa Paraná Energia.
A cooperativa negocia, faz a gestão de usinas e, em seguida, distribui a energia na rede da Companhia Paranaense de Energia (Copel). Os créditos da Copel gerados em retorno à cooperativa ocasionam a redução da conta de luz das empresas cooperadas.
Atualmente, a Paraná Energia trabalha com a concessão de energia de 25 sistemas, que incluem usinas fotovoltaicas, de biogás, centrais hidrelétricas ou eólicas, entre outras. “Nosso foco é a sustentabilidade, a qualidade de vida e o acesso fácil às energias renováveis, reduzindo custos e melhorando a competitividade das empresas”, afirma a diretora de negócios, Yonara Medeiros.
Além da Caciopar, as ACEs de 14 municípios paranaenses já são cooperadas: Assis Chateaubriand, Capitão Leônidas Marques, Céu Azul, Corbélia, Entre Rios do Oeste, Foz do Iguaçu, Guaíra, Marechal Cândido Rondon, Medianeira, Mercedes, Palotina, Santa Helena, Serranópolis do Iguaçu e Terra Roxa.
No Paraná, as associações comerciais funcionam como um canal de atendimento local e estão preparadas para direcionar a empresa para o serviço da cooperativa. Empresários interessados podem entrar em contato com a ACE do seu município.
Saiba como diminuir sua conta de luz com a Paraná Energia
AL-Invest Verde
Atualmente, a CACB participa da chamada para o novo projeto da União Europeia, o AL-Invest Verde, que tem como objetivo incentivar as MPEs na América Latina a adotarem produtos, processos e serviços menos poluentes e mais eficientes em termos de recursos, enquanto padrões de consumo mais sustentáveis são adotados em todo o mundo.
A CACB foi a entidade responsável pela execução do AL-Invest 5.0 no Brasil. A União Europeia investiu quase 3 milhões de euros (2.986.979,86 €) para apoiar 17.836 MPEs brasileiras com atividades de fortalecimento empresarial e promoção do associativismo, como capacitações, networkings, internacionalização de negócios e visitas técnicas.
As ações da Associação Comercial e Industrial de Uberlândia (Aciub), de Minas Gerais, são exemplos do empenho em crescimento sustentável dentro do Sistema CACB. Em 2018, a entidade buscou o apoio do AL-Invest para fortalecer suas competências técnicas e implementar boas práticas em gestão ambiental.
A partir de uma missão empresarial ao estado da Baviera, na Alemanha, o superintendente da Aciub, Marcio Bocchio, com apoio do AL-Invest 5.0, teve a oportunidade de conhecer as tecnologias para a geração de energia por fontes renováveis. A Aciub obteve resultados como a criação de um serviço de geração de energia personalizado para as empresas, a mobilização da comunidade em ações sociais, como o Dia Mundial da Limpeza, e a implantação de painéis de energia fotovoltaica dentro da associação. Antes da instalação das placas, a Aciub despendia cerca de R$ 9.500 com energia elétrica por mês. Após a mudança, a mensalidade diminuiu para R$ 466,00.