Empreender
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Projeto financiado pelo AL-Invest 5.0, programa de cooperação internacional que é coordenado no Brasil pela CACB, visa a oferecer consultorias para micro e pequenas empresas que desejam atuar no mercado exterior
O AL-Invest 5.0, maior programa de cooperação internacional da União Europeia na América Latina, promove o fortalecimento de micro e pequenas empresas por meio de ações como consultorias, capacitações, participação em eventos e outros. A CACB, como executora-direta do consórcio no Brasil, repassa os recursos para as Federações e Associações Comerciais que desenvolvem os projetos. Já foram investidos 1 milhão de euros em ações no Brasil desde o início do programa, assinado em 2015.
Além disso, o consórcio prevê a aplicação de $15 milhões de euros para os editais de Apoio Financeiro a Terceiros, isto é, o recurso é diretamente repassado à entidade contemplada. Do Brasil, quatro instituições tiveram projetos aprovados nessa modalidade: o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa do Pará (Sebrae/PA), a Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), a Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que participa das chamadas do AL-Invest 5.0 desde o início do programa, em 1994.
Para além da fronteira
O Rota Global, projeto desenvolvido pela CNI, em parceria com a Rede Brasileira de Centros Internacionais de Negócios (Rede CIN), é um novo serviço de apoio à internacionalização de micro e pequenas empresas. O objetivo é que, através da análise de perfil empresarial e da construção de planos de negócios e de exportação, as empresas conheçam quais são os serviços necessários para alcançar o êxito no mercado internacional: “A CNI está disposta a ajudar o empresário a traçar o caminho para o sucesso na internacionalização de sua empresa”, resume Felipe Spaniol, gerente de Serviços de Internacionalização da entidade e coordenador do Rota Global.
O programa conta com o apoio do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) pelo Plano Nacional de Cultura Exportadora. Por meio da Unión Industrial Argentina (UIA) e do Parque Científico e Tecnológico de Extremadura (Fundecyt-Pctex), o Rota Global também é desenvolvido na Argentina e na Espanha.
Contemplado com R$ 1,2 milhão de recursos da União Europeia, o projeto foi dividido em duas fases: a primeira consistiu em traçar o perfil empresarial de 592 negócios. A segunda etapa previa a elaboração de planos de ação customizados para 200 empresas.
Como resultado do forte engajamento das três entidades co-executoras, Rede CIN, UIA e Fundecyt-Pctex, foi possível ampliar o atendimento para 474 empresas.
Para o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi, a estratégia de internacionalização é fundamental para fomentar a competitividade dos pequenos negócios, uma vez que a exposição ao mercado externo incentiva a inovação e a busca de processos mais eficientes: “As MPEs brasileiras que se internacionalizam são menos dependentes do mercado doméstico e mais resistentes às oscilações da economia nacional. Exportando, elas abrem alternativas para escoar a produção. Todos esses fatores contribuem para que a empresa melhore seu desempenho no mercado interno”.
Quanto aos benefícios trazidos pela cooperação europeia e pela aproximação CACB-CNI, o diretor afirma que as entidades têm dialogado desde o início da execução do Rota Global, compartilhando resultados e boas práticas: “Esta cooperação, como também com as demais instituições brasileiras que executam projetos AL-Invest 5.0, é essencial para dar visibilidade e peso aos projetos desenvolvidos no Brasil”.
Ele ressalta que, conforme as premissas do AL-Invest 5.0 de promover o empoderamento de mulheres no campo empresarial, houve um empenho da CNI em envolver um número significativo de empresas lideradas por grupos minoritários: “Das 474 empresas envolvidas, 34% são comandadas por mulheres, pessoas com deficiência e minorias étnicas”.
A CACB, que monitora os projetos brasileiros contemplados no Apoio Financeiro a Terceiros (AFT), realiza o acompanhamento do Rota Global. Em maio, o coordenador executivo da CACB e coordenador nacional do Empreender, Carlos Rezende, convocou representantes da CNI e da FACISC para debater o andamento dos projetos das duas organizações. No encontro, os representantes das entidades apresentaram as dificuldades encontradas na execução e os resultados. Questões técnicas, financeiras e de planejamento referentes ao programa também foram tema da discussão.
Ao final de 2017, a CNI participou novamente de uma reunião na sede da CACB, da qual também participaram representantes do Sebrae- Pará, da Facisc e da Assintecal. O objetivo do encontro foi reunir demandas das entidades brasileiras para a líder do consórcio na América Latina, a Câmara de Indústria, Comércio, Serviços e Turismo de Santa Cruz (Cainco), da Bolívia, além de possibilitar um planejamento para o ano de 2018.
Metas para 2018
Dando andamento às consultorias, a CNI prevê que todos os atendimentos às empresas selecionadas sejam feitos até abril de 2018, assim como a entrega dos planos de ação. Daí em diante, será feito o monitoramento e a apuração dos resultados obtidos.
Segundo Abijaodi, o compartilhamento de ferramentas e do aprendizado conquistados pela CNI no âmbito do AL-Invest é outra meta da instituição: “O método criado permite que o plano de ação para internacionalização seja aplicado transversalmente em empresas de todos os portes e setores. Após a entrega das atividades, o foco será disseminar a metodologia de atendimento do Rota Global para outras instituições da América Latina e da Europa”, garante.
Por Joana de Albuquerque, da Assessoria de Comunicação do Empreender/AL-Invest 5.0