A taxa de desemprego medida pelo IBGE nas seis maiores regiões metropolitanas do país (Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Porto Alegre) ficou em 8,2% em fevereiro, frente aos 7,6% registrados no mês anterior e aos 5,8% de fevereiro de 2015. É a maior taxa para o mês desde 2009, quando ficou em 8,5%. Considerando todos os meses, o índice é o maior desde maio de 2009 (8,8%).
O salto de 2,4 pontos percentuais da taxa de desemprego, em relação ao mesmo mês do ano passado, é a maior alta entre fevereiros de toda a série histórica, iniciada em 2002.
Os dados captados pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME) refletem os efeitos do baixo crescimento da economia no mercado de trabalho, que perduram pelo segundo ano consecutivo. O resultado veio de acordo com a expectativa dos analistas — o Bradesco previa 8,2%.
— O crescimento da taxa de desemprego observado em janeiro e fevereiro é visto em todos os outros anos da série histórica, mas, em 2016, intensidade foi maior. Historicamente, em fevereiro, a população ocupada cai e a desocupada cresce. Mas, este ano, a população ocupada teve a maior queda da série para os parâmetros de fevereiro, de 1,9% da população ocupada, por conta da dispensa de trabalhadores do comércio. Essa queda foi o que mais pesou para a taxa de desemprego deste mês, mais do que o aumento da procura por trabalho — comenta Adriana Araújo Beringuy, técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE
No ano passado, a taxa de desemprego medida pelo IBGE nas seis maiores regiões metropolitanas do país ficou em 6,8% — o maior nível desde 2009, logo após a crise financeira internacional. Em 2014, ela havia sido de 4,8%, a mais baixa de toda a série histórica. Esse aumento de dois pontos percentuais na taxa média de desemprego foi o maior de toda a série anual da pesquisa, iniciada em 2002, e interrompeu a trajetória de queda que ocorria desde 2010.
MAIS 136 MIL PESSOAS FICARAM DESEMPREGADAS
A população desocupada foi estimada em dois milhões de pessoas em fevereiro e cresceu 7,2% em relação a janeiro, um acréscimo de 136 mil pessoas. Em relação a fevereiro de 2015, a alta foi de 39% ou mais 565 mil pessoas. A população ocupada foi estimada em 22,6 milhões para o conjunto das seis regiões, apresentando queda tanto na comparaçãomensal (-1,9%, ou menos 428 mil pessoas) quanto em relação a fevereiro de 2015 (-3,6%, ou menos 842 mil pessoas).
O número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado ficou em 11,4 milhões e não variou na comparação mensal. Frente a fevereiro do ano passado, houve redução de 488 mil pessoas com carteira assinada no setor privado (-4,1%). O rendimento médio real habitual dos trabalhadores foi estimado em R$ 2.227,50. Este resultado ficou 1,5% menor do que o estimado em janeiro (R$ 2.262,51) e 7,5% abaixo do apurado em fevereiro de 2015 (R$ 2.407,53).
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