Ronaldo Tenório criou uma plataforma que traduz texto, som e imagem para a linguagem de libras, a Hand Talk, com o objetivo de levar a inclusão social para os deficientes auditivos. A plataforma usa a tecnologia 3D, estudos de linguagem corporal e tem sua interlocução feita por um boneco, o Hugo.
Para promover o acesso à informação e a acessibilidade na internet para os deficientes auditivos, foi desenvolvida a plataforma web. Hugo já traduziu as notícias para a linguagem de libras em 2 mil sites, entre eles, o da própria Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB). Dos 10 milhões de surdos existentes no Brasil, 1 milhão já baixou o aplicativo.
Por causa de sua criação, Tenório foi incluído na lista dos 35 inovadores abaixo dos 35 anos pela MIT Technology Review, uma revista publicada pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts, considerado a autoridade sobre o futuro da tecnologia.
Em 2008, na faculdade de Comunicação Social e Publicidade, Ronaldo Tenório desenvolveu o conceito do Hand Talk para um trabalho acadêmico no qual tinha que criar um novo produto. Para isto usou o conhecimento adquirido nos três anos do curso, não concluído, de Ciência da Computação e criou um sistema de tradução para computadores. Porém, somente quatro anos depois, com o aperfeiçoamento da tecnologia dos aplicativos, é que a ideia saiu da gaveta e começou a se tornar realidade.
Com a ajuda da Associação de Surdos de Maceió (AL) e de seus sócios, foi desenvolvido o primeiro aplicativo, um protótipo. “Tínhamos o desafio de resolver o problema, mas não a ideia do impacto que ela ia causar, então desenvolvemos o protótipo e apresentamos no Desafio Demo Day Alagoas. O objetivo era validar o projeto”, afirma Tenório. Eles ganharam o prêmio como a melhor startup do estado, receberam o primeiro aporte financeiro de um grupo de investidores e concluíram o desenvolvimento do aplicativo.
Outro produto da Hand Talk é o QR Code acessível que chama o Hugo para fazer a tradução em meios impressos como livros, totens, publicidades e etc.
O próximo passo é que o Hugo aprenda outras línguas e esteja presente em outros países, começando pelo inglês e nos Estados Unidos. “A chancela do MIT é muito importante para atrair investimentos de empresas americanas para esta nova fase do Hand Talk”, diz Ronaldo.
Carlos Ganem, da Finep – Financiadora de Estudos e Projetos, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, comemora a escolha do projeto como um dos Inovadores com menos de 35 anos Brasil 2015. “O país carece de tecnologias e soluções assistivas. Esta é uma iniciativa de empreendedorismo social que o Brasil precisa, principalmente por ser fora do eixo Rio – São Paulo”, comenta.
Com informações da MIT Technology Review