O presidente Michel Temer tem pouco tempo para promover mudanças que a sociedade requer. Alvo de críticas e de desconfianças de alguns segmentos, o presidente precisa demonstrar sua capacidade em um curto período, já que não contará com tréguas e tolerância dos setores de oposição. Em linhas gerais, o presidente deve, em um primeiro momento, enxugar a máquina da administração federal, incluindo redução no número de ministérios e nos 20 mil cargos comissionados.
O principal é recuperar a capacidade do País de crescer. Para que haja a recuperação do emprego, para os programas sociais continuarem precisamos fortalecer a economia. Nessa linha, consideramos a aprovação da PEC para o gasto público, medida essencial, seguida da alteração da estrutura da despesa do governo central que dificulta qualquer esforço de ajuste fiscal rápido e cria uma dinâmica de crescimento automático da despesa difícil de ser revertida em períodos de desaceleração do crescimento.
Na sequência, o mais importante é aumentar os investimentos. O reforço da política macroeconômica ajudaria a queda dos juros e tiraria a pressão sobre a taxa de câmbio. Seria preciso, também, ter estabilidade nas regras do jogo e mobilização de capitais privados para alavancar a infraestrutura. Depois,o mais importante é aumentar os investimentos.
No caso da previdência, o desafio é duplo. É preciso estabelecer uma idade mínima para aposentadoria por tempo de contribuição, reduzir as regras especiais para carreiras e sexo e reavaliar o mecanismo de indexação das aposentadorias baseado no reajuste do salário mínimo.
Como não poderia deixar de ser, o presidente Michel Temer precisa reformular os programas sociais, como o Bolsa Família e Minha Casa Minha Vida que, em muitos casos, são alvos de fraudes que sacrificam o já combalido Tesouro Nacional.
A reforma política é outro ponto central da agenda de mudanças estruturais. Ao tratar desse tema, é necessário estabelecer quais os pontos que são realmente essenciais, quais os que são secundários e quais os que, levados à prática, representariam um retrocesso no nível em que se encontra o exercício da democracia no País.
Enfim, presidente Temer, o Brasil está em ponto de bala para, virada a página, retomar o círculo virtuoso do desenvolvimento, que precisa ser embalado pelo empreendedorismo que traz, em sua essência, as micro, pequenas e médias empresas, sufocadas pela carga tributária e, muitas vezes, excluídas pela burocracia.
Estamos num tempo onde os acertos devem ser maiores e temos pouco tempo para experiências. Agora é ter coragem e atitude para fazer o que é necessário e prerrogativa fundamental para colocar o Brasil nos trilhos. Esta locomotiva tem destino: o bem-estar de todos.
George Pinheiro – Presidente da CACB