Os riscos econômicos e sociais impostos pelas mudanças climáticas são impossíveis de ignorar e a incapacidade de tomar medidas efetivas pode significar um custo econômico total de US$2 trilhões, até 2030. Felizmente, as empresas e câmaras estão se comprometendo com ações climáticas mais do que nunca. E foi isso que discutiu o painel “Os Objetivos de Desenvolvimentos Sustentáveis (ODS) e as mudanças climáticas: prosperando em uma economia de baixo carbono”, abrindo o último dia do 11th World Chambers Congress.
Para falar sobre o tema, o #11WCC trouxe à plenária Luis Alfonso Alba, da Secretaria Geral das Nações Unidas para a Conferência de Mudanças Climáticas 2019, que compartilhou suas preocupações com o momento atual, citou alguns relatórios e disse que se considerarmos o que temos sobre a mesa hoje, o mundo está a caminho de aumentar sua temperatura em 3,5 graus até 2030, o que traria consequências trágicas para o planeta, seres humanos e, obviamente, à economia. “Precisamos lutar para manter esse aumento abaixo de 1,5 graus e chegarmos à neutralidade de carbono até o meio do século. As empresas precisam entender e transmitir as mesmas mensagens de que há grandes riscos à nossa frente, mas também oportunidades e precisamos definir como aproveitá-las”, apontou.
O diretor do Escritório Americano para Redução do Risco de Desastres, Raul Salazar, apresentou modelos para a prevenção de catástrofes naturais e previsões para as mudanças climáticas. “Precisamos pensar na colaboração entre todos. O setor público e o privado precisa colaborar para resolver os problemas juntos. Para as MPEs, a prevenção de desastres reduz as incertezas, abre portas para a economia de custos e as reconhece como líderes das mudanças”, declarou.
A presidente da Câmara de Comércio de Calgary, no Canadá, Sandip Lalli, falou de projetos liderados pela entidade que representa, dando destaque à sustentabilidade. “O mundo precisa ter mais conversas nesse sentido. No Canadá estamos gastando bilhões de dólares em inovação tecnológica, criando empregos e reduzindo a emissão de CO2 na natureza e queremos que esse modelo seja compartilhado. É a unidade que vai nos levar a atingir as metas de desenvolvimento sustentável da ONU”, destacou.
O diretor de Sustentabilidade da Natura, Keyvan Macedo, disse que desde a fundação, a empresa faz escolhas sustentáveis e que o nome da Natura se refere justamente a esta característica. “Fazemos todos os esforços possíveis para diminuirmos cada vez mais as emissões de carbono na natureza”, disse.
O CEO do Fourth Sector Group, Heerad Sabeti, disse que ainda estamos longe de fazer o suficiente porque estamos tentando resolver um problema sem solucionar a raiz dele. “O deslocamento para uma economia sustentável, que seria a prioridade mais importante para a sociedade hoje, basicamente tem que começar a ver a raiz das causas e se mobilizar em escala global”, afirmou.
O co-fundador da Perlin (Singapura), Dorjee Sun, perguntou aos participantes da plenária se eles gostariam que suas empresas obtivessem um faturamento bilionário. Em seguida, disse que aqueles que resolverem problemas como a redução do uso de plástico ou a produção de alimentos sustentáveis, por exemplo, vão ganhar bilhões e que já tem gente trabalhando nisso. “O pico da mudança ambiental pode ser o multilateralismo”, declarou.
A moderação do painel ficou a cargo de Andrew Wilson, diretor e observador permanente pelas Nações Unidas da Câmara Internacional de Comércio.
Coalização entre câmaras pelo clima
A International Chamber of Commerce produziu um documento para que as câmaras de todo o mundo possam assumir um compromisso em favor do clima. As entidades que aderirem ao texto deverão se comprometer com as seguintes medidas:
– Defender a ação climática nas redes de negócios, atuando em prol de políticas bem concebidas, com o objetivo de limitar a elevação média global da temperatura a 1,5º C;
– Apoiar o objetivo de atingir emissões zero de carbono até 2050, globalmente;
– Incorporar entre os serviços das câmaras a orientação sobre mitigação do clima e resiliência climática;
– Trabalhar com entidades públicas e privadas para apoiar soluções climáticas eficazes, como parte de uma mudança transformacional que funcione para as pessoas e para o planeta;
– Reduzir, sem demora, a pegada de efeito estufa das atividades das câmaras.
Por Erick Arruda da Assessoria de Comunicação do #11WCC