O setor privado das nações da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) procura soluções para ultrapassar os desafios que os empresários enfrentam no desenvolvimento das suas atividades no mercado deste bloco de nações.
Para o efeito, cerca de 350 pessoas, incluindo empresários, organismos públicos de comércio externo e membros do governo dos países membros, estão reunidos até hoje, em Maputo, na primeira Conferência Econômica do Mercado da CPLP.
O evento é organizado pela Confederação Empresarial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CE-CPLP) e visa melhorar a circulação de pessoas, bens, serviços e capitais entre os membros da comunidade.
Para o presidente da CE-CPLP, Salimo Abdula, a Conferência Econômica do Mercado, além de ser um marco histórico na construção de um bloco comercial cada vez mais forte, unido e coeso, é o ponto de partida para a melhoria do ambiente de negócios dos países membros, e consequentemente para a criação de mais empregos, incremento da renda e do rendimento, com substancial melhoria na vida social da população.
“Esta conferência é a formalização das preocupações e ideias do setor privado, que entende ser necessária uma maior e melhor articulação dos governos da CPLP na supressão de barreiras administrativas e legais que impedem a livre circulação de pessoas, de bens e de capitais dentro dos nossos países irmãos”, disse.
Segundo Abdula, apesar do potencial que a CPLP tem para se tornar um bloco, numa comunidade econômica estável e equilibrada, com um nível de qualidade e competitividade igual ou superior aos blocos econômicos mundiais de referência, este objetivo não poderá ser alcançado se persistirem as barreiras existentes.
“Somos uma comunidade abrangente de povos, com elevado potencial para ser autossustentável e líder mundial em setores como turismo, energia, petróleo e gás, entre outros. Somos detentores de recursos em abundância como a terra, o mar, mão-de-obra jovem e recursos minerais, mas, infelizmente, penso que ainda temos muito baixo aproveitamento destes recursos, muito por culpa dos entraves burocráticos que persistem em impedir a livre circulação de pessoas, bens e capitais”, afirmou Salimo.
Por sua vez, Maria do Carmo Silveira, secretaria-executiva da CPLP, disse que o mercado da Comunidade tem cerca de 270 milhões de consumidores e produz cerca de 4% de toda a riqueza do planeta.
“Ao longo destes 22 anos foi possível edificarmos uma organização assente em valores da paz, do respeito mútuo e da defesa da democracia e direitos humanos. Construímos um espaço de concentração política e diplomática, de partilha e de solidariedade”, disse.
Durante o evento, estão a ser debatidos temas como mobilidade e reconhecimento das profissões dentro da CPLP, convenção de dupla tributação, mobilidade e vistos, dinamização de investimento e circulação de capitais e tribunal de Arbitragem da CPLP.
Fonte: Jornal Notícias Moçambique