“Vai lá e faz”, este é o mantra da Perestroika, uma escola livre de atividades criativas de Porto Alegre. “Isso reflete nossa postura de negócios voltada para a ação, não para o planejamento”, diz o cofundador Felipe Anghinoni. Segundo ele, a empresa planeja um pouquinho, mas faz bastante. “O foco na ação é o grande driver de empreendedorismo que estamos vivendo”, afirma.
Ainda sobre planejamento e ação, Anghinoni diz que “uma empresa que tem cem por cento de estratégia e não tem ação, não existe. Uma empresa que tem cem por cento de ação e não tem estratégia, ela existe, só precisa de um plano estratégico”.
Ideias de sucesso com foco na ação foram apresentadas, como o Dropbox e a Techshop, para dizer aos empresários que é preciso estudar como planejar, mas agir mais em prol dos negócios, saindo da zona de conforto. “Quando estou fora da minha zona de conforto, eu estou crescendo e aprendendo mais”, declarou.
Para Anghinoni, nunca foi tão fácil fazer qualquer coisa no mundo. Tocar instrumento, cozinhar, virar artista ou publicar um livro: “tudo está fácil, desde que haja ação, desde que você vá atrás”, diz.
Visão empresarial
O case do Brownie do Luiz é um exemplo de visão empresarial na adolescência. Luiz Quinderé começou aos 15 anos, ainda na escola, quando levava o doce para comer no recreio e, por isso, fazia sucesso entre os amigos. Foi então que ele decidiu transformar aquilo em um negócio e, com a ajuda da pessoa que trabalhava em sua casa, começou a comercializar brownies. Hoje é considerado um dos 30 jovens mais promissores pela revista Forbes.
A demanda foi crescendo e diante das oportunidades, Luiz se viu obrigado a se inovar e ampliar o negócio ainda mais. A ideia do reaproveitamento foi um dos principais destaques do Brownie do Luiz. As bordas dos tabuleiros dos brownies, que antes iam para o lixo, se transformaram no “Veneno na lata”, que era comercializado em potes de achocolatado reaproveitados. “As bordas são tão mais saborosas que eu tive que me reinventar e criar uma receita só disso, já que a demanda era maior que a da receita tradicional. Muitas vezes é difícil enxergar, mas há muitas oportunidades que nós jogamos no lixo sem ter ideia do valor que aquilo tem”, conta.
Inovação é uma das principais características do negócio. “Ninguém quer comer doce no verão do Rio de Janeiro. As pessoas querem algo gelado, para refrescar, daí criamos o picolé de brownie, que também já é um sucesso”, conta. Além disso, hoje há parcerias com redes de restaurante que comercializam milk-shake e koni com a receita do Brownie do Luiz.
De uma fábrica de 25 m², o negócio se transformou em 4 lojas no Rio de Janeiro, mais de 500 pontos de vendas e comercialização para todo o Brasil através da internet. “Eu tenho muita sorte, mas acho que isso vem de trabalho. Quanto mais eu trabalho, mais sorte tenho”, acredita.
Ao fim do painel, o presidente da CACB, George Pinheiro, subiu ao palco para parabenizar os palestrantes e dizer que eles mexeram com o cérebro dos empresários que assistiram as palestras. “É essencial que nós estejamos sempre nos renovando. Vocês mostraram isso e provaram que devemos estar sempre antenados. É muito bom pensar e planejar, mas é muito melhor fazer”, finalizou.
“Cabeça na nuvem, pé no chão e mão na massa. Isso vale não apenas para os jovens, mas para todos. São as diferenças que fazem as coisas mais bonitas”, disse Guilherme Gonçalves, presidente da Confederação Nacional de Jovens empresários, que ao lado de Marcos Rinaldi, presidente da Faciap Jovem, mediou o painel “Coragem para empreender e inovar”, no 4º Fórum Nacional CACB Mil e Congresso Empresarial Paranaense.